"Porque ninguém pode por outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo" (I Co 3-11).

1 de dez. de 2007

Doutrinas reformadas







CREDOS: 

- Credo Apostólico.
- Credo Atanasiano.
- Credo Niceno.


CONFISSÕES:

1.) Confissão Belga.
2.) Catecismo de Heidelberg.
3.) Cânones de Dort.

CONFISSÃO BELGA (1561)


ARTIGO 1
O ÚNICO DEUS

Todos nós cremos com o coração e confessamos com a boca [1] que há um só Deus [2], um único e simples ser espiritual (3). Ele é eterno [4], incompreensível [5] invisível [6], imutável [7], infinito [8], todo-poderoso [9]; totalmente sábio [10], justo [11] e bom [12], e uma fonte muito abundante de todo bem.

1 Rm 10:10. 2 Dt 6:4; 1Co 8:4,6; 1Tm 2:5. 3 Jo 4:24. 4 S1 90:2. 5 Rm 11:33. 6 Cl 1:15; 1Tm 6:16. 7 Tg 1:17. 8 1Rs 8:27; Jr 23:24. 9 Gn 17:1; Mt 19:26; Ap 1:8. 10 Rm 16:27. 11 Rm 3:25,26; Rm 9:14; Ap 16:5,7. 12 Mt 19:17. Veja também Is 40, 44 e 46.

ARTIGO 2
COMO CONHECEMOS A DEUS

Nós O conhecemos por dois meios. Primeiro: pela criação, manutenção e governo do mundo inteiro, visto que o mundo, perante nossos olhos, é como um livro formoso [1], em que todas as criaturas, grandes e pequenas, servem de letras que nos fazem contemplar "os atributos invisíveis de Deus", isto é, "o seu eterno poder e a sua divindade", como diz o apóstolo Paulo (Romanos 1:20. Todos estes atributos são suficientes para convencer os homens e torná-los indesculpáveis.
Segundo: Deus se fez conhecer, ainda mais clara e plenamente, por sua sagrada e divina Palavra [2], isto é, tanto quanto nos é necessário nesta vida, para sua glória e para a salvação dos que Lhe pertencem.
1 Sl 19:1-4. 2 Sl 19:7,8; 1Co 1:18-21.

ARTIGO 3
A PALAVRA DE DEUS

Confessamos que a palavra de Deus não foi enviada nem produzida "por vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo", como diz o apóstolo Pedro (2 Pedro 1:21).
Depois, Deus, por seu cuidado especial para conosco e para com a nossa salvação, mandou seus servos, os profetas e os apóstolos, escreverem sua palavra revelada [1]. Ele mesmo escreveu com o próprio dedo as duas tábuas da lei [2].
Por isso, chamamos estas escritas: sagradas e divinas Escrituras [3].
1 Êx 34:27; Sl 102:18; Ap 1:11,19. 2 Êx 31:18. 3 2Tm 3:16.

ARTIGO 4
OS LIVROS CANÔNICOS

A Sagrada Escritura consiste de dois volumes: O Antigo e o Novo Testamento, que são canônicos e não podem ser contraditos de forma alguma.
A Igreja de Deus reconhece a lista seguinte:
Os livros do Antigo Testamento:
Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio (os cinco livros de Moisés); Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias, Ester, Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares; Isaías, Jeremias (com Lamentações), Ezequiel, Daniel (os quatro profetas maiores); Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias (os doze profetas menores);
Os livros do Novo Testamento:
Mateus, Marcos, Lucas, João (os quatro evangelistas); Atos dos Apóstolos; Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom (as treze epístolas do apóstolo Paulo); Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João, Judas e Apocalipse.

ARTIGO 5
A AUTORIDADE DA SAGRADA ESCRITURA

Recebemos [1] todos estes livros, e somente estes, como sagrados e canônicos, para regular, fundamentar e confirmar nossa fé [2]. Acreditamos, sem dúvida nenhuma, em tudo que eles contêm, não tanto porque a igreja aceita e reconhece estes livros como canônicos, mas principalmente porque o Espírito Santo testifica em nossos corações que eles vêm de Deus [3], como eles mesmos provam. Pois até os cegos podem sentir que as coisas, preditas neles, se cumprem [4].
1 - 1Ts 2:13. 2 - 2Tm 3:16,17. 3 - 1Co 12:3; 1Jo 4:6; 1Jo 5:6b. 4 - Dt 18:21,22; 1Rs 22:28; Jr 28:9; Ez 33:33.

ARTIGO 6
A DIFERENÇA ENTRE OS LIVROS CANÔNICOS E APÓCRIFOS

Distinguimos estes livros sagrados dos livros apócrifos que são os seguintes: 3 e 4 Esdras, Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, os Acréscimos ao livro de Ester e Daniel, a Oração de Manassés e 1 e 2 Macabeus.
 A igreja pode, sim, ler estes livros e tirar deles ensino, na medida em que concordem com os livros canônicos. Porém, os apócrifos não tem tanto poder e autoridade que o testemunho deles possa confirmar qualquer artigo da fé ou da religião cristã; e muito menos podem eles diminuir a autoridade dos sagrados livros.

ARTIGO 7
A SAGRADA ESCRITURA : PERFEITA E COMPLETA

Cremos que esta Sagrada Escritura contém perfeitamente a vontade de Deus e suficientemente ensina tudo o que o homem deve crer para ser salvo [1]. Nela, Deus descreveu, por extenso, toda a maneira de servi-Lo. por isso, não e lícito aos homens, mesmo que fossem apóstolos "ou um anjo vindo do céu", conforme diz o apóstolo Paulo (Gálatas 1:8), ensinarem outra doutrina, senão aquela da Sagrada Escritura [2]. É proibido "acrescentar algo a Palavra de Deus ou tirar algo dela" [3] (Deuteronômio 12:32; Apocalipse 22:18,19). Assim se mostra claramente que sua doutrina é perfeitíssima e, em todos os sentidos, completa [4].
 Não se pode igualar escritos de homens, por mais santos que fossem os autores, às Escrituras divinas. Nem se pode igualar à verdade de Deus costumes, opiniões da maioria, instituições antigas, sucessão de tempos ou de pessoas, ou concílios, decretos ou resoluções [5]. Pois a verdade está acima de tudo e todos os homens são mentirosos (Salmo 116:11) e "mais leves que a vaidade" (Salmo 62:9).
 Por isso, rejeitamos, de todo o coração, tudo que não está de acordo com esta regra infalível [6], conforme os apóstolos nos ensinaram: "Provai os espíritos se procedem de Deus" (l João 4:1), e: "Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa" (2 João :10).
 1 2Tm 3:16,17; 1Pe 1:10-12. 2 1Co 15:2; 1Tm 1:3. 3 Dt 4:2; Pv 30:6; At 26:22; 1Co 4:6. 4 Sl 19:7; Jo 15:15; At 18:28; At 20:27; Rm 15:4. 5 Mc 7:7-9; At 4:19; Cl 2:8; 1Jo 2:19. 6 Dt 4:5,6; Is 8:20; 1Co 3:11; Ef 4:4-6; 2Ts 2:2; 2Tm 3:14,15.

ARTIGO 8
A TRINDADE: UM SÓ DEUS, TRÊS PESSOAS

Conforme esta verdade e esta palavra de Deus, cremos em um só Deus [1], que é um único ser, em que há três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo [2]. Estas são, realmente e desde a eternidade, distintas conforme os atributos próprios de cada Pessoa.
 O Pai é a causa, a origem e o princípio de todas as coisas visíveis e invisíveis [3]. O Filho é o Verbo, a sabedoria e a imagem do Pai [4]. O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, é a eterna força e o poder [5].
Esta distinção não significa que Deus está dividido em três. Pois a Sagrada Escritura nos ensina que cada um destes três, o Pai e o Filho e o Espírito Santo, tem sua própria existência, distinta por seus atributos, de tal maneira, porém, que estas três pessoas são um só Deus. É claro, então, que o Pai não é o Filho e que o Filho não é o Pai; que, também, o Espírito Santo não é o Pai ou o Filho.
Entretanto, estas Pessoas, assim distintas, não são divididas nem confundidas entre si. Porque somente o Filho se tornou homem, não o Pai ou o Espírito Santo. O Pai jamais existiu sem seu Filho [6] e sem seu Espírito Santo, pois todos os três têm igual eternidade, no mesmo ser. Não há primeiro nem último, pois todos os três são um só em verdade, em poder, em bondade e em misericórdia.
1 1Co 8:4-6. 2 Mc 3:16,17; Mt 28:19. 3 Ef 3:14,15. 4 Pv 8:22-31; Jo 1:14; Jo 5:17-26; 1Co 1:24; Cl 1:15-20; Hb 1:3; Ap 19:13. 5 Jo 15:26. 6 Mq 5:1; Jo 1:1,2.

ARTIGO 9
O TESTEMUNHO DA ESCRITURA SOBRE A TRINDADE

Tudo isto sabemos tanto pelo testemunho da Sagrada Escritura [1], como pelas obras das três Pessoas, principalmente por aquelas que percebemos em nós. Os testemunhos das Sagradas Escrituras, que nos ensinam a crer nesta Trindade, se acham em muitos lugares do Antigo Testamento. Não é preciso alistá-los, somente escolhê-los cuidadosamente. Em Gênesis 1:26 e 27, Deus diz: "Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança" etc. "Criou Deus, pois, o homem a sua imagem; homem e mulher os criou".
Assim também em Gênesis 3:22: "Eis que o homem se tornou como um de nós". Com isto se mostra que há mais de uma pessoa em Deus, porque Ele diz: "Façamos o homem a nossa imagem"; e, em seguida, Ele indica que há um só Deus, quando diz: "Deus criou". É verdade que Ele não diz quantas pessoas há, mas o que é um tanto obscuro, para nós, no Antigo Testamento, é bem claro no Novo. Pois quando nosso Senhor foi batizado no rio Jordão, ouviu-se a voz do Pai, que falou: "Este é o meu filho amado" (Mateus 3:17); enquanto o Filho foi visto na água e o Espírito Santo se manifestou em forma de pomba [2].
Além disto, Cristo instituiu, para o batismo de todos os fiéis, esta forma: Batizai todas as nações "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28:19). No evangelho segundo Lucas, o anjo Gabriel diz a Maria, mãe do Senhor: "Descerá sobre ti o Espírito Santo e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso também o ente santo que há de nascer, será chamado Filho de Deus" (Lucas 1:35). Do mesmo modo: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós" (2 Coríntios 13:13). * Em todos estes lugares, nos é ensinado que há três Pessoas em um só ser divino. E embora esta doutrina ultrapasse o entendimento humano, cremos nela, baseados na Palavra, e esperamos gozar de seu pleno conhecimento e fruto no céu.
Devemos considerar, também, a obra própria que cada uma destas três Pessoas efetua em nós: o Pai é chamado nosso Criador, por seu poder; o Filho é nosso Salvador e Redentor, por seu sangue; o Espírito Santo é nosso Santificador, porque habita em nosso coração.
A verdadeira igreja sempre tem mantido esta doutrina da Trindade, desde os dias dos apóstolos até hoje, contra os judeus, os muçulmanos e falsos cristãos e hereges como Marcião, Mani, Práxeas, Sabélio, Paulo de Samósata, Ário e outros. A igreja antiga os condenou, com toda a razão. por isso, nesta matéria, aceitamos, de boa vontade, os três Credos ecumênicos, a saber: o Apostólico, o Niceno e o Atanasiano; e também o que a igreja antiga determinou em conformidade com estes credos.
1 - Jo 14:16; Jo 15:26; At 2:32,33; Rm 8:9; Gl 4:6; Tt 3:4-6; 1Pe 1:2; 1Jo 4:13,14; 1Jo 5:1-12; Jd :20,21; Ap 1:4,5. 2 - Mt 3:16.
* Originalmente o texto incluía aqui as seguintes palavras: "E: "há três que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um" (1 Jo 5:7)". A referência a 1 João 5:7b e duvidosa, porque este texto não se acha nos manuscritos antigos.

ARTIGO 10
JESUS CRISTO É DEUS

Cremos que Jesus Cristo, segundo sua natureza divina, é o único Filho de Deus [1], gerado desde a eternidade. Ele não foi feito, nem criado - pois, assim, Ele seria uma criatura, - mas é de igual substância do pai, co-eterno, "o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser" (Hebreus 1:3), igual a Ele em tudo [2].
Ele é o Filho de Deus, não somente desde que assumiu nossa natureza, mas desde a eternidade [3], como os seguintes testemunhos nos ensinam, ao serem comparados uns aos outros:
Moisés diz que Deus criou o mundo [4], e o apóstolo João diz que todas as coisas foram feitas por intermédio do Verbo que ele chama Deus [5]. O apóstolo diz que Deus fez o universo por seu Filho [6] e, também, que Deus criou todas as coisas por meio de Jesus Cristo [7]. Segue-se necessariamente que aquele que é chamado Deus, o Verbo, o Filho e Jesus Cristo, já existia, quando todas as coisas foram criadas por Ele. O profeta Miquéias, portanto, diz: "Suas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade" (Miquéias 5:2); e a carta aos Hebreus testemunha: "Ele não teve princípio de dias, nem fim de existência" (Hebreus 7:3).
Assim, Ele é o verdadeiro, eterno Deus, o Todo-poderoso, a quem invocamos, adoramos e servimos.
1 Mt 17:5; Jo 1:14,18; Jo 3:16; Jo 14:1-14; Jo 20:17,31; Rm 1:4; Gl 4:4; Hb 1:1; lJo 5:5,9-12. 2 Jo 5:18,23; Jo 10:30; Jo 14:9; Jo 20:28; Rm 9:5; Fp 2:6; Cl 1:15; Tt 2:13; Hb 1:3; Ap 5:13. 3 Jo 8:58; Jo 17:5; Hb 13:8. 4 Gn 1:1. 5 Jo 1:1-3. 6 Hb 1:2. 7 1Co 8:6; Cl 1:16.

ARTIGO 11
O ESPÍRITO SANTO É DEUS

Cremos e confessamos, também, que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, desde a eternidade. Ele não foi feito, nem criado, nem gerado; mas procede de ambos (1).
Na ordem, Ele é a terceira pessoa da Trindade, de igual substância, majestade e glória do Pai e do Filho, verdadeiro e eterno Deus, como nos ensinam as Sagradas Escrituras (2).
1 Jo 14:15-26; Jo 15:26; Rm 8:9. 2 Gn 1:2; Mt 28:19; At 5:3,4; lCo 2:10; 1Co 6:11; 1Jo 5:6.

ARTIGO 12
A CRIAÇÃO DO MUNDO; OS ANJOS

Cremos que o Pai, por seu Verbo - quer dizer: por seu Filho -, criou, do nada, o céu, a terra e todas as criaturas, quando bem Lhe aprouve. A cada criatura Ele deu sua própria natureza e forma e sua própria função para servir ao seu Criador. Também, Ele ainda hoje sustenta todas essas criaturas e as governa segundo sua eterna providencia e por seu infinito poder, para elas servirem ao homem, a fim de que o homem sirva a seu Deus.
Ele também criou bons os anjos para serem seus mensageiros e servirem aos eleitos (2). Alguns deles caíram na eterna perdição (3), da posição excelente em que Deus os tinha criado, mas os outros, pela graça de Deus, perseveraram e continuaram em sua primeira posição. Os demônios e os espíritos malignos são tão corrompidos que são inimigos de Deus e de todo o bem (4). Como assassinos, com toda a sua força, estão a espreita da igreja e de cada um de seus membros, para demolir e destruir tudo com sua astúcia (5). Por isso, por causa de sua própria malícia, estão condenados a maldição eterna e aguardam, a cada dia, seus tormentos terríveis (6).
Neste ponto, rejeitamos e detestamos o erro dos saduceus que negam a existência de espíritos e de anjos (7); também o erro dos maniqueus que dizem que os demônios têm sua origem em si mesmos e são maus por natureza; eles negam que os demônios se corromperam.
1 Gn 1:1; Gn 2:3; Is 40:26; Jr 32:17; Cl 1:15,16; lTm 4:3; Hb 11:3; Ap 4:11. 2 Sl 103:20,21; Mt 4:11; Hb 1:14. 3 Jo 8:44; 2Pe 2:4; Jd :6. 4 Gn 3:1-5; lPe 5:8. 5 Ef 6:12; Ap 12:4,13-17; Ap 20:7-9. 6 Mt 8:29; Mt 25:41; Ap 20:10. 7 At 23:8.

ARTIGO 13
A PROVIDÊNCIA DE DEUS

Cremos que o bom Deus, depois de ter criado todas as coisas, não as abandonou, nem as entregou ao acaso ou a sorte (1), mas que as dirige e governa conforme sua santa vontade, de tal maneira que neste mundo nada acontece sem sua determinação (2). Contudo, Deus não é o autor, nem tem culpa do pecado que se comete (3). Pois seu poder e bondade são tão grandes e incompreensíveis, que Ele ordena e faz sua obra muito bem e com justiça, mesmo que os demônios e os ímpios ajam injustamente (4). E as obras dEle que ultrapassam o entendimento humano, não queremos investigá-las curiosamente, além da nossa capacidade de entender. Mas, adoramos humilde e piedosamente a Deus em seus justos julgamentos, que nos estão escondidos (5). Contentamo-nos em ser discípulos de Cristo, a fim de que aprendamos somente o que Ele nos ensina na sua Palavra, sem ultrapassar estes limites (6).
Este ensino nos traz um inexprimível consolo, quando aprendemos dele, que nada nos acontece por acaso, mas pela determinação de nosso bondoso Pai celestial. Ele nos protege com um cuidado paternal, dominando todas as criaturas de tal modo que nenhum cabelo - pois estes estão todos contados- e nenhum pardal cairão em terra sem o consentimento de nosso Pai (Mateus 10:29,30). Confiamos nisto, pois sabemos que Ele reprime os demônios e todos os nossos inimigos, e que eles, sem sua permissão, não nos podem prejudicar (7). Por isso, rejeitamos o detestável erro dos epicureus, que dizem que Deus não se importa com nada e entrega tudo ao acaso.
1 Jo 5:17; Hb 1:3. 2 Sl 115:3; Pv 16:1,9,33; Pv 21:1; Ef 1:11. 3 Tg 1:13; 1Jo 2:16. 4 Jó 1:21; Is 10:5; Is 45:7; Am 3:6; At 2:23; At 4:27,28. 5 1Rs 22:19-23; Rm 1:28; 2Ts 2:11. 6 Dt 29:29; 1Co 4:6. 7 Gn 45:8; Gn 50:20; 2Sm 16:10; Rm 8:28,38,39.

ARTIGO 14
A CRIAÇÃO DO HOMEM. SUA QUEDA E SUA INCAPACIDADE DE FAZER O BEM
Cremos que Deus criou o homem do pó da terra (1), e o fez e formou conforme sua imagem e semelhança: bom, justo e santo (2), capaz de concordar, em tudo, com a vontade de Deus. Mas, quando o homem estava naquela posição excelente, ele não a valorizou e não a reconheceu. Dando ouvidos às palavras do diabo, submeteu-se por livre vontade ao pecado e assim à morte e à maldição (3). Pois transgrediu o mandamento da vida, que tinha recebido e, pelo pecado, separou-se de Deus, que era sua verdadeira vida. Assim ele corrompeu toda a sua natureza e mereceu a morte corporal e espiritual (4).
Tornando-se ímpio, perverso e corrupto em todas as suas práticas, ele perdeu todos os dons excelentes (5), que tinha recebido de Deus. Nada lhe sobrou destes dons, senão pequenos traços, que são suficientes para deixar o homem sem desculpa (6). Pois toda a luz em nós se tornou em trevas (7) como nos ensina a Escritura: "A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela" (João 1:5). Aqui o apóstolo João chama os homens "trevas". Por isso, rejeitamos todo o ensino contrário, sobre o livre arbítrio do homem, porque o homem somente é escravo do pecado e "não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada" (João 3:27). Pois quem se gloriará de fazer alguma coisa boa pela própria força, se Cristo diz: "Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o trouxer" (João 6:44)? Quem falará sobre sua própria vontade sabendo que "o pendor da carne e inimizade contra Deus" (Romanos 8:7)? Quem ousará vangloriar-se sobre seu próprio conhecimento, reconhecendo que "o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus" (coríntios 2:14)? Em resumo: quem apresentará um pensamento sequer, admitindo que não somos "capazes de pensar alguma coisa como se partisse de nós", mas que "a nossa suficiência vem de Deus" (coríntios 3:5)?
Por isso, devemos insistir nesta palavra do apóstolo: "Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua vontade" (Filipenses 2:13). Pois, somente o entendimento ou a vontade que Cristo opera no homem, está em conformidade com o entendimento e vontade de Deus, como Ele ensina: "Sem mim nada podeis fazer" (João 15:5).
1 Gn 2:7; Gn 3:19; Ec 12:7. 2 Gn 1:26,27; Ef 4:24; Cl 3:10. 3 Gn 3:16-19; Rm 5:12. 4 Gn 2:17; Ef 2:1; Ef 4:18. 5 Sl 94:11; Rm 3:10; Rm 8:6. 6 Rm 1:20,21. 7 Ef 5:8.

ARTIGO 15
O PECADO ORIGINAL

Cremos que, pela desobediência de Adão, o pecado original se estendeu por todo o gênero humano. Este pecado é uma depravação de toda a natureza humana (2) e um mal hereditário, com que até as crianças no ventre de suas mães estão contaminadas (3). É a raiz que produz no homem todo tipo de pecado. por isso, é tão repugnante e abominável diante de Deus que é suficiente para condenar o gênero humano (4).
Nem pelo batismo o pecado original é totalmente anulado ou destruído, porque o pecado sempre jorra desta depravação como água corrente de uma fonte contaminada (5). 0 pecado original, porém, não é atribuído aos filhos de Deus para condená-los, mas é perdoado pela graça e misericórdia de Deus6. Isto não quer dizer que eles podem continuar descuidadamente numa vida pecaminosa. Pelo contrário, os fiéis, conscientes desta depravação, devem aspirar a livrar-se do corpo dominado pela morte (Romanos 7:24).
Neste ponto rejeitamos o erro do pelagianismo, que diz que o pecado é somente uma questão de imitação.
1 Rm 5:12-14,19. 2 Rm 3:10. 3 Jó 14:4; Sl 51:5; Jo 3:6. 4 Ef 2:3. 5 Rm 7:18,19. 6 Ef 2:4,5.

ARTIGO 16
ELEIÇÃO ETERNA POR DEUS

Cremos que Deus, quando o pecado do primeiro homem lançou Adão e toda a sua descendência na perdição mostrou-se como Ele é, a saber: misericordioso e justo. Misericordioso, porque Ele livra e salva da perdição aqueles que Ele em seu eterno e imutável conselho (2), somente pela bondade, elegeu (3) em Jesus Cristo nosso Senhor (4), sem levar em consideração obra alguma deles (5). Justo, porque Ele deixa os demais na queda e perdição, em que eles mesmos se lançaram (6).
 1 Rm 3:12. 2 Jo 6:37,44; Jo 10:29: Jo 17: 2,9,12; Jo 18:9. 3 1Sm 12:22; Sl 65:4; At 13: 48; Rm 9:16; Rm 11:5; Tt 1:1. 4 Jo 15:16,19; Rm 8:29; Ef 1:4,5. 5 Ml 1:2,3; Rm 9:11-13; 2Tm 1:9; Tt 3:4,5. 6 Rm 9:19-22; 1Pe 2:8.

ARTIGO 17
O SALVADOR, PROMETIDO POR DEUS

Cremos que nosso bom Deus, vendo que o homem havia se lançado assim na morte corporal e espiritual e se havia feito totalmente miserável, foi pessoalmente em busca do homem, quando este, tremendo, fugia de sua presença. Assim Deus mostrou sua maravilhosa sabedoria e bondade. Ele confortou o homem com a promessa de lhe dar seu Filho, que nasceria de uma mulher (Gálatas 4:4) a fim de esmagar a cabeça da serpente (Gênesis 3:15) e de tornar feliz o homem (2).
 1 Gn 3:9. 2 Gn 22:18; Is 7:14; Jo 1:14; Jo 5:46; Jo 7:42; At 13:32; Rm 1:2,3; Gl 3:16; 2Tm 2:8; Hb 7:14.

ARTIGO 18
A ENCARNAÇÃO DO FILHO DE DEUS

Confessamos, então, que Deus cumpriu a promessa, feita aos pais antigos pela boca dos seus santos profetas, quando enviou ao mundo seu próprio, único e eterno Filho, no tempo determinado por Ele (2). Este assumiu a forma de servo e tornou-se semelhante aos homens (Filipenses 2:7), tomando realmente a verdadeira natureza humana com todas as suas fraquezas (3), mas sem o pecado (4). Foi concebido no ventre da bem aventurada virgem Maria, pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção do homem (5). E não somente tomou a natureza humana quanto ao corpo, mas também a verdadeira alma humana, para que fosse um verdadeiro homem. Pois, estando perdidos tanto a alma como o corpo, Ele devia tomar ambos para salvá-los.
 Por isso, confessamos (contra a heresia dos anabaptistas que negam que Cristo tomou a natureza de sua mãe), que Cristo participou do sangue e da carne dos filhos de Deus (Hebreus 2:14); que Ele, "segundo a carne, veio da descendência de Davi" (Romanos 1:3); fruto do ventre de Maria (Lucas 1:42); nascido de uma mulher (Gálatas 4:4); rebento de Davi (Jeremias 33:15; Atos 2:30); renovo da raiz de Jessé (Isaías 11:1); brotado de Judá (Hebreus 7:14); descendente dos judeus, segundo a carne (Romanos 9:5); da descendência de Abraão (6), tornando-se semelhante aos irmãos em tudo, mas sem pecado (Hebreus 2:16,17; 4:15).
 Assim Ele é, na verdade, nosso Emanuel, isto é: Deus conosco (Mateus 1:23).
1 Gn 26:4; 2Sm 7:12-16; Sl 132:11; Lc 1:55; At 13:23. 2 Gl 4:4. 3 1Tm 2:5; 1Tm 3:16; Hb 2:14. 4 2Co 5:21; Hb 7:26; 1Pe 2:22. 5 Mt 1:18; Lc 1:35. 6 Gl 3:16.

ARTIGO 19
AS DUAS NATUREZAS DE CRISTO

Cremos que, por esta concepção, a pessoa do Filho está unida e conjugada inseparavelmente, com a natureza humana (1). Não há, então, dois filhos de Deus, nem duas pessoas, mas duas naturezas, unidas numa só pessoa, mantendo cada uma delas suas características distintas. A natureza divina permaneceu não criada, sem início, nem fim de vida (Hebreus 7:3), preenchendo céu e terra (2). Do mesmo modo a natureza humane não perdeu suas características, mas permaneceu criatura, tendo início, sendo uma natureza finita e mantendo tudo o que é próprio de um verdadeiro corpo (3). E ainda que, por meio da sua ressurreição, Cristo tenha concedido imortalidade a sua natureza humana, Ele não transformou a realidade da mesma (4), pois nossa salvação e ressurreição dependem também da realidade de seu corpo (5).
Estas duas naturezas, porém, estão unidas numa só pessoa de tal maneira que nem por sua morte foram separadas. Ao morrer, Ele entregou, então, nas mãos de seu Pai um verdadeiro Espírito humano, que saiu de seu corpo (6), entretanto, a natureza divina sempre continuou unida a humana, mesmo quando Ele jazia no sepulcro (7). A divindade não cessou de estar nEle, assim como estava nEle quando era criança, embora, por algum tempo, não se tivesse manifestado.
 Por isso, confessamos que Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem: verdadeiro Deus a fim de vencer a morte por seu poder; verdadeiro homem a fim de morrer por nós na fraqueza de sua carne.
 1 Jo 1:14; Jo 10:30; Rm 9:5; Fp 2:6,7. 2 Mt 28:20. 3 1Tm 2:5. 4 Mt 26:11; Lc 24:39; Jo 20:25; At 1:3,11; At 3:21; Hb 2:9. 5 1Co 15:21; Fp 3:21. 6 Mt 27:50. 7 Rm 1:4.

ARTIGO 20
A JUSTIÇA E A MISERICÓRDIA DE DEUS EM CRISTO

Cremos que Deus, perfeitamente misericordioso e justo, enviou seu Filho para assumir a natureza humane em que foi cometida a desobediência. Nesta natureza, Ele satisfez a Deus, carregando o castigo pelos pecados, através de seu mui amargo sofrimento e morte (2). Assim Deus provou sua justiça sobre seu Filho, quando carregou sobre Ele nossos pecados (3) e derramou sua bondade e misericórdia sobre nós, culpados e dignos da condenação. Por amor perfeitíssimo, Ele entregou seu Filho a morte, por nós, e O ressuscitou para nossa justificação (4), a fim de que, por Ele, tivéssemos a imortalidade e a vida eterna.
 1 Rm 8:3. 2 Hb 2:14. 3 Rm 3:25,26; Rm 8:32. 4 Rm 4:25.

ARTIGO 21
A SATISFAÇÃO POR CRISTO

Cremos que Jesus Cristo é um eterno Sumo Sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, o que Deus confirmou por juramento. Perante seu Pai e para apaziguar-Lhe a ira, Ele se apresentou em nosso nome, por satisfação própria (2), sacrificando-se a si mesmo e derramando seu precioso sangue, para purificação dos nossos pecados (3), conforme os profetas predisseram (4).
Pois, está escrito que "o castigo que nos traz a paz estava sobre " o Filho de Deus e que "pelas suas pisaduras fomos sarados" (5); "como cordeiro foi levado ao matadouro"; "foi contado com os transgressores"6 (Isaías 53: 5,7,12); e como criminoso foi condenado por Pôncio Pilatos embora este o tivesse declarado inocente (7). Assim, então, restituiu o que não tinha furtado (Salmo 69:4), e sofreu, "o justo pelos injustos" (8) (1Pedro 3:18), tanto no seu corpo como na sua alma (9), de maneira que sentiu o terrível castigo que os nossos pecados mereceram. Assim "o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra" (Lucas 22:44). Ele "clamou em alta voz: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mateus 27:46) e padeceu tudo para a remissão dos nossos pecados.
 Por isso, dizemos, com razão, junto com Paulo que não sabemos outra coisa, "senão Jesus Cristo, e este crucificado" (1 corintios 2:2). Consideramos "tudo como perda por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus", nosso Senhor (Filipenses 3:8). Encontramos toda consolação em seus ferimentos e não precisamos buscar ou inventar qualquer outro meio para nos reconciliarmos com Deus, "porque com uma única oferta aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados,10 (Hebreus 10:14). Por isso, o anjo de Deus O chamou Jesus, quer dizer: Salvador, porque ia salvar "o seu povo dos pecados deles" 11 (Mateus 1:21).
1 Sl 110:4; Hb 7:15-17. 2 Rm 4:25; Rm 5: 8-9; Rm 8:32; Gl 3:13; Cl 2:14; Hb 2:9,17; Hb 9:11-15. 3 At 2:23; Fp 2:8; 1Tm 1:15; Hb 9:22; 1Pe 1:18,19; 1Jo 1:7; Ap 7:14. 4 Lc 24:25-27; Rm 3:21; 1Co 15:3. 5 1Pe 2:24. 6 Mc 15:28. 7 Jo 18:38. 8 Rm 5:6. 9 Sl 22:15. 10 Hb 7:26-28; Hb 9:24-28. 11 Lc 1:31; At 4:12.

ARTIGO 22
A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ EM CRISTO

Cremos que, para obtermos verdadeiro conhecimento desse grande mistério, o Espírito Santo acende, em nosso coração, verdadeira fé (1). Esta fé abraça Jesus Cristo com todos os seus méritos, apropria-se dEle e nada mais busca fora dEle (2). Pois das duas, uma: ou não se ache em Jesus Cristo tudo o que é necessário para nossa salvação, ou tudo se acha nEle, e, então, aquele que possui Jesus Cristo pela fé, tem a salvação completa (3). Dizer porém que Cristo não é suficiente, mas que, além dEle, algo mais é necessário, significaria uma blasfêmia horrível. Pois Cristo seria apenas um salvador incompleto.
Por isso, dizemos, com razão, junto com o apóstolo Paulo, que somos justificados somente pela fé, ou pela fé sem as obras (4) (Romanos 3:28). Entretanto, não entendemos isto como se a própria fé nos justificasse (5), mas ela é somente o instrumento com que abraçamos Cristo, nossa justiça. Mas Jesus Cristo, atribuindo-nos todos os seus méritos e tantas obras santas, que fez por nós e em nosso lugar, é nossa justiça (6). E a fé é o instrumento que nos mantém com Ele na comunhão de todos os seus benefícios. Estes, uma vez dados a nós, são mais que suficientes para nos absolver dos pecados.
1 Jo 16:14; 1Co 2:12; Ef 1:17,18. 2 Jo 14:6; At 4:12; Gl 2:21. 3 Sl 32:1; Mt 1:21; Lc 1: 77; At 13:38,39; Rm 8:1. 4 Rm 3:19-4:8; Rm 10:4-11; Gl 2:16; Fp 3:9; Tt 3:5. 5 1Co 4:7. 6 Jr 23:6; Mt 20:28; Rm 8:33; 1Co 1:30,31; 2Co 5:21; 1Jo 4:10.

ARTIGO 23
NOSSA JUSTIÇA PERANTE DEUS EM CRISTO

Cremos que nossa verdadeira felicidade consiste no perdão dos pecados, por causa de Jesus Cristo, e que isto significa para nós a justiça perante Deus. Assim nos ensinam Davi e Paulo, declarando: "Bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras" (Romanos 4:6; Salmo 32:2). E o mesmo apóstolo diz que somos "justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus"2 (Romanos 3: 24).
Portanto, perseveramos neste fundamento, dando toda a glória a Deus (3), humilhando-nos e reconhecendo que nós, homens, somos maus. Não nos vangloriamos, de nenhuma maneira, de nós mesmos ou de nossos méritos (4). Somente nos apoiamos e repousamos na obediência do Cristo crucificado (5). Esta obediência é nossa se cremos nEle (6). Ela é suficiente para cobrir todas as nossas iniquidades. Ela liberta nossa consciência de temor, perplexidade e espanto e, assim, nos dá ousadia de aproximarmo-nos de Deus, sem fazermos como nosso primeiro pai Adão que, tremendo, quis cobrir-se com folhas de figueira (7). E, certamente, se tivéssemos que comparecer perante Deus, apoiando-nos, por pouco que fosse, em nós mesmos ou em qualquer outra criatura - ai de nós -, pereceríamos (8). Por isso, cada um deve dizer com Davi: "Ó Senhor, não entres em juízo com o teu servo, porque a tua vista não há justo nenhum vivente" (Salmo 143:2).
1 1Jo 2:1. 2 2Co 5:18,19; Ef 2:8; 1Tm 2:6. 3 Sl 115:1; Ap 7:10-12. 4 1Co 4:4; Tg 2:10. 5 At 4:12; Hb 10:20. 6 Rm 4:23-25. 7 Gn 3:7; Sf 3:11; Hb 4:16; 1Jo 4:17-19. 8 Lc 16:. 15; Fp 3:4-9.

ARTIGO 24
A SANTIFICAÇÃO

Cremos que a verdadeira fé, tendo sido acesa no homem pelo ouvir da Palavra de Deus e pela obra do Espírito Santol, regenera o homem e o torna um homem novo (2). Esta verdadeira fé o faz viver na vida nova e o liberta da escravidão do pecado (3).
Por isso, é impossível que esta fé justificadora leve os homens a se descuidarem da vida piedosa e santa (4). Pelo contrário, sem esta fé jamais farão alguma coisa por amor a Deus (5), mas somente por amor a si mesmos e por medo de serem condenados. É impossível, portanto, que esta fé permaneça no homem sem frutos. Pois, não falamos de uma fé vã, mas da fé, de que a Escritura diz que "atua pelo amor" (Gálatas 5:6). Ela move o homem a exercitar-se nas obras que Deus mandou na sua Palavra. Estas obras, se procedem da boa raiz da fé; são boas e agradáveis a Deus, porque todas elas são santificadas por sua graça.
Entretanto, elas não são levadas em conta para nos justificar. Porque é pela fé em Cristo que somos justificados, mesmo antes de fazermos boas obras (6). De outro modo, estas obras não poderiam ser boas, assim como o fruto da árvore não pode ser bom, se a árvore não for boa (7).
Então, fazemos boas obras, mas não para merecermos algo. Pois, que mérito poderíamos ter? Antes, somos devedores a Deus pelas boas obras que fazemos e não Ele a nós (8). Pois, "Deus e quem efetua em" nós "tanto o querer como o realizar, segundo sua boa vontade" (Filipenses 2:13). Então, levemos a sério o que está escrito: "Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer" (Lucas 17:10). Contudo, não queremos negar que Deus recompensa as boas obras (9); mas, por sua graça, Ele coroa seus próprios dons.
E, em seguida, mesmo que façamos boas obras, nelas não fundamentamos nossa salvação. Porque, por sermos pecadores, não podemos fazer obra alguma que não esteja contaminada e não mereça ser castigada (10). E, ainda que pudéssemos produzir uma só boa obra, a lembrança de um só pecado bastaria para torná-la rejeitável perante Deus (11). Assim, sempre duvidaríamos, levados de um lado para o outro, sem certeza alguma, e nossa pobre consciência estaria sempre aflita, a não ser que se apoiasse no mérito do sofrimento e da morte de nosso Salvador (12).
1 At 16:14; Rm 10:17; 1Co 12:3. 2 Ez 36:26, 27; Jo 1:12,13; Jo 3:5; Ef 2:4-6; Tt 3:5; 1Pe 1:23. 3 Jo 5:24; Jo 8:36; Rm 6:4-6; 1Jo 3:9. 4 Gl 5:22; Tt 2:12. 5 Jo 15:5; Rm 14: 23; 1Tm 1:5; Hb 11:4,6. 6 Rm 4:5. 7 Mt 7:17. 8 1Co 1:30: 1Co 4:7; Ef 2:10. 9 Rm 2:6,7; 1Co 3:14; 2Jo :8; Ap 2:23. 10 Rm 7:21. 11 Tg 2:10. 12 Hc 2:4; Mt 11:28; Rm 10:11.

ARTIGO 25
CRISTO, O CUMPRIMENTO DA LEI

Cremos que as cerimônias e figuras da lei terminaram com a vinda de Cristo e que, assim, todas as sombras chegaram ao fim (1). Por isso, os cristãos não devem mais usá-las. Contudo, para nós, sua verdade e substância permanecem em Cristo Jesus, em quem têm seu cumprimento (2).
Entretanto, ainda usamos os testemunhos da Lei e dos Profetas para confirmarmo-nos no Evangelho e, também, para regularmos nossa vida em toda honestidade, para a glória de Deus, conforme sua vontade (3).
1 Mt 27:51; Rm 10:4; Hb 9:9,10. 2 Mt 5:7; Gl 3:24; Cl 2:17. 3 Rm 13:8-10; Rm 15:4; 2Pe 1:19; 2Pe 3:2.

ARTIGO 26
CRISTO, NOSSO ÚNICO ADVOGADO

Cremos que nenhum acesso temos a Deus, senão pelo único Mediador (1) e Advogado Jesus Cristo, o Justo (2). Porque Ele se tornou homem e uniu as naturezas divina e humana, para que nós, homens, tivéssemos acesso à majestade divina (3). De outro modo, nenhum acesso teríamos. Mas este Mediador que o Pai constituiu entre Ele e nós, não nos deve assustar por sua grandeza, a ponto de fazer-nos procurar um outro, conforme nossa própria vontade. Porque não há ninguém , nem no céu, nem na terra, entre as criaturas, que nos ame mais que Jesus Cristo (4). "Pois ele, subsistindo em forma de Deus ... a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens" por nós, "em todas as coisas ... semelhante aos irmãos" (Filipenses 2:6,7; Hebreus 2:17).
Agora, se tivéssemos que buscar outro mediador que nos fosse favorável, quem poderíamos encontrar que mais nos amasse senão Ele que entregou sua vida por nós, sendo nós ainda inimigos (Romanos 5:8,10)? E se tivéssemos que buscar alguém que tivesse poder e estima, quem os teria tanto quanto Ele que está sentado a direita de seu Pai (5), e que tem "toda a autoridade... no céu e na terra" (Mateus 28:18)? E quem será ouvido antes do que o próprio bem-amado Filho de Deus (6)?
Foi, então, somente falta de confiança que levou os homens ao costume de desonrar os santos em vez de honrá-los. Pois fazem o que estes santos jamais fizeram ou desejaram mas sempre rejeitaram conforme era seu dever (7), como mostram seus escritos.
Aqui não se deve alegar que não somos dignos; pois não apresentamos as orações a Deus em razão de nossa dignidade, mas somente pela excelência e dignidade de nosso Senhor Jesus Cristo (8), cuja justiça é a nossa, mediante a fé (9). Por isso, a Escritura nos diz, querendo tirar de nós esse tolo receio, ou antes, essa falta de confiança, que Jesus Cristo tornou-se "em todas as coisas... semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus, e para fazer propiciação pelos pecados do povo. Pois naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados" (Hebreus 2:17,18). E a Escritura diz também, para animar-nos ainda mais a ir para Ele: "Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que entrou nos céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as coisas, a nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemos-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna" (10) (Hebreus 4:14-16). A Escritura diz ainda: "Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos santos, pelo sangue de Jesus... aproximemo-nos... em plena certeza de fé etc." (Hebreus 10:19-22). E também: Cristo "tem o seu sacerdócio imutável. Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (11) (Hebreus 7:24,25).
Então, do que precisamos mais, visto que o próprio Cristo declara: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6)? Por que buscaríamos outro advogado visto que agradou a Deus nos dar seu Filho como Advogado? Não O abandonemos para buscar outro que nunca encontraremos. Pois quando Deus O deu a nós, bem sabia que éramos pecadores.
Por isso, conforme o mandamento de Cristo, invocamos o Pai celestial mediante Cristo, nosso único Mediador (12), como nos foi ensinado na oração do Senhor (13). E temos a certeza de que o Pai nos concederá tudo o que Lhe pedirmos em nome de Cristo (14) (João 16:23).
1 1Tm 2 5. 2 1Jo 2:1. 3 Ef 3:12. 4 Mt 11: 28; Jo 15:13; Ef 3:19; 1Jo 4:10. 5 Hb 1:3; Hb 8:1. 6 Mt 3:17; Jo 11:42; Ef 1:6. 7 At 10:26; At 14:15. 8 Jr 17:5,7; At 4:12. 9 1Co 1:30. 10 Jo 10:9; Ef 2:18; Hb 9:24. 11 Rm 8:34. 12 Hb 13:15. 13 Mt 6:9-13; Lc 11:2-4. 14 Jo 14:13.

ARTIGO 27
A IGREJA CATÓLICA OU UNIVERSAL

Cremos e confessamos uma só igreja católica ou universal (1). Ela é uma santa congregação e assembléia (2) dos verdadeiros crentes em Cristo, que esperam toda a sua salvação de Jesus Cristo (3), lavados pelo sangue dEle, santificados e selados pelo Espírito Santo (4).
Esta igreja existe desde o princípio do mundo e existirá até o fim. Pois, Cristo é um Rei eterno, que não pode estar sem súditos (5). Esta santa igreja é mantida por Deus contra o furor do mundo inteiro (6), mesmo que ela, às vezes, por algum tempo, seja muito pequena e na opinião dos homens, quase desaparecida (7). Assim, Deus guardou para si, na perigosa época de Acabe, sete mil homens, que não tinham dobrado os joelhos a Baal (8).
Esta santa igreja também não está situada, fixada ou limitada em certo lugar, ou ligada a certas pessoas, mas ela está espalhada e dispersa pelo mundo inteiro (9). Contudo, está integrada e unida, de coração e vontade, no mesmo Espírito, pelo poder da fé (10).
 1 Gn 22:18; Is 49:6; Ef 2:17-19. 2 Sl 111:1; Jo 10:14,16; Ef 4:3-6; Hb 12:22,23. 3 Jl 2: 32; At 2:21. 4 Ef 1:13; Ef 4:30. 5 2Sm 7:16; Sl 89:36; Sl 110:4; Mt 28:18,20; Lc 1:32. 6 Sl 46:5; Mt 16:18. 7 Is 1:9; 1Pe 3:20; Ap 11:7. 8 1Rs 19:18; Rm 11:4. 9 Mt 23:8; Jo 4:21-23; Rm 10:12,13. 10 Sl 119:63; At 4:32; Ef 4:4.

ARTIGO 28
O DEVER DE JUNTAR-SE À IGREJA

Esta santa assembléia é a congregação daqueles que são salvos, e fora dela não há salvação (1). Cremos, então, que ninguém, qualquer que seja a posição ou qualidade, deve viver afastado dela e contentar-se com sua própria pessoa. Mas cada um deve se juntar e se reunir a ela (2), mantendo a unidade da igreja, submetendo-se a sua instrução e disciplina (3), curvando-se diante do jugo de Jesus Cristo (4) e servindo para a edificação dos irmãos (5), conforme os dons que Deus concedeu a todos, como membros do mesmo corpo (6).
Para observar melhor tudo isto, o dever de todos os fiéis é, conforme a Palavra de Deus, separar-se daqueles que não pertencem a igreja (7), e juntar-se a esta assembléia (8) em todo lugar onde Deus a tenha estabelecido. Este dever deve ser cumprido, mesmo que os governos e as leis das autoridades o contrariem e mesmo que a morte ou a pena corporal sejam a consequência disto (9).
Por isso, todos os que se separam desta igreja ou não se juntam a ela, contrariam a ordem de Deus.
1 Mt 16:18,19; At 2:47; Gl 4:26; Ef 5:25-27; Hb 2:11,12; Hb 12:23. 2 2Cr 30:8; Jo 17:21; Cl 3:15. 3 Hb 13:17. 4 Mt 11:28-30. 5 Ef 4:12. 6 1Co 12:7,27; Ef 4:16. 7 Nm 16:23-26; Is 52:11,12; At 2:40; Rm 16:17; Ap 18:4. 8 Sl 122:1; Is 2:3; Hb 10:25. 9 At 4:19,20.

ARTIGO 29
AS MARCAS DA VERDADEIRA IGREJA, DE SEUS MEMBROS E DA FALSA IGREJA

Cremos que se deve discernir diligentemente e com muito cuidado, pela Palavra de Deus, qual é a verdadeira igreja, visto que todas as seitas, que atualmente existem no mundo, se chamam igreja, mas sem razão (1). Não falamos aqui dos hipócritas que, na igreja, se acham entre os sinceros fiéis; contudo, não pertencem à igreja, embora sejam membros dela (2). Mas queremos dizer que se deve distinguir o corpo e a comunhão da verdadeira igreja, de todas as seitas que se dizem igreja.
As marcas para conhecer a verdadeira igreja são estas: ela mantém a pura pregação do Evangelho (3), a pura administração dos sacramentos (4) como Cristo os instituiu, e o exercício da disciplina eclesiástica para castigar os pecados (5). Em resumo: ela se orienta segundo a pura Palavra de Deus (6), rejeitando todo o contrário a esta Palavra (7) e reconhecendo Jesus Cristo como o único Cabeça (8). Assim, com certeza, se pode conhecer a verdadeira igreja; e a ninguém convém separar-se dela.
Aqueles que pertencem à igreja podem ser conhecidos pelas marcas dos cristãos, a saber: pela fé (9) e pelo fato de que eles, tendo aceitado Jesus Cristo como único Salvador, fogem do pecado e seguem a justiça (10), amando Deus e seu próximo (11), não se desviando para a direita nem para a esquerda e crucificando a carne, com as obras dela (12). Isto não quer dizer, porém , que eles não têm ainda grande fraqueza, mas, pelo Espírito, a combatem, em todos os dias de sua vida (13), e sempre recorrem ao sangue, à morte, ao sofrimento e à obediência do Senhor Jesus. N'Ele eles têm a remissão dos pecados, pela fé (14).
Quanto à falsa igreja, ela atribui mais poder e autoridade a si mesma e a seus regulamentos do que à Palavra de Deus e não quer submeter-se ao jugo de Cristo (15). Ela não administra os sacramentos como Cristo ordenou em sua Palavra, mas acrescenta ou elimina o que lhe convém. Ela se baseia mais nos homens que em Cristo. Ela persegue aqueles que vivem de maneira santa, conforme a Palavra de Deus, e que lhe repreendem os pecados, a avareza e a idolatria (16).
É fácil conhecer estas duas igrejas e distingui-las uma da outra.
1 Ap 2:9. 2 Rm 9:6. 3 Gl 1:8; 1Tm 3:15. 4 At 19:3-5; 1Co 11:20-29. 5 Mt 18:15-17; 1Co 5:4,5,13; 2Ts 3:6,14; Tt 3:10. 6 Jo 8:47; Jo 17:20; At 17:11; Ef 2:20; Cl 1:23; 1Tm 6:3. 7 1Ts 5:21; lTm 6:20; Ap 2:6. 8 Jo 10:14; Ef 5:23; C1 1:18. 9 Jo 1:12; 1Jo 4:2. 10 Rm 6:2; Fp 3:12. 11 1Jo 4:19-21. 12 Gl 5:24. 13 Rm 7:15; G1 5:17. 14 Rm 7:24,25; 1Jo 1: 7-9. 15 At 4:17,18; 2Tm 4:3,4; 2Jo :9. 16 Jo 16:2.

ARTIGO 30
O GOVERNO DA IGREJA

Cremos que esta verdadeira igreja deve ser governada conforme a ordem espiritual, que nosso Senhor nos ensinou na sua Palavra (1). Deve haver ministros ou pastores para pregarem a Palavra de Deus e administrarem os sacramentos (2); deve haver também presbíteros (3) e diáconos (4) para formarem, com os pastores, o conselho da igreja (5). Assim, eles devem manter a verdadeira religião e fazer com que a verdadeira doutrina seja propagada, que os transgressores sejam castigados e contidos, de forma espiritual, e que os pobres e os aflitos recebam ajuda e consolação, conforme necessitam (6).
Desta maneira, tudo procederá, na igreja, em boa ordem, quando forem eleitas pessoas fiéis (7), conforme a regra do apóstolo Paulo na carta a Timóteo (8).
1 At 20:28; Ef 4:11,12; 1Tm 3:15; Hb 13:20, 21. 2 Lc 1:2; Lc 10:16; Jo 20:23; Rm 10:14; 1Co 4:1; 2Co 5:19,20; 2Tm 4:2. 3 At 14:23; Tt 1:5. 4 1Tm 3:8-10. 5 Fp 1:1; 1Tm 4:14. 6 At 6:1-4; Tt 1:7-9. 7 1Co 4:2. 8 1Tm 3.

ARTIGO 31
OS OFÍCIOS NA IGREJA

Cremos que os ministros da palavra de Deus, os presbíteros e os diáconos devem ser escolhidos para seus ofícios (1), mediante eleição legítima pela igreja, sob invocação do nome de Deus e em boa ordem, conforme a palavra de Deus ensina.
Por isso, cada membro deve cuidar para não se apoderar do ofício por meios ilícitos, mas deve esperar a hora em que é chamado por Deus, a fim de ter, assim, a certeza de que sua vocação vem do Senhor (2).
Quanto aos ministros da Palavra, eles têm, onde quer que estejam, igual poder e autoridade, porque todos são servos de Jesus Cristo (3), o único Bispo universal e o único Cabeça da igreja (4).
Além disto, a santa ordem de Deus não pode ser violada ou desprezada. Dizemos, portanto, que cada um deve ter respeito especial pelos ministros da Palavra e presbíteros da igreja, em razão do trabalho que realizam (5). Cada um deve viver em paz com eles, tanto quanto possível, sem murmuração, contenda ou discórdia.
1 At 1:23,24; At 6:2,3. 2 At 13:2; 1Co 12: 28; 1Tm 4:14; 1Tm 5:22; Hb 5:4. 3 2Co 5:20; 1Pe 5:1-4. 4 Mt 23:8,10; Ef 1:22; Ef 5:23. 5 1Ts 5:12,13; 1Tm 5:17; Hb 13:17.

ARTIGO 32
A ORDEM E A DISCIPLINA DA IGREJA

Cremos que os que governam a igreja devem cuidar para não se desviarem do que Cristo, nosso único Mestre, nos ordenou (1); embora seja útil e bom que, entre eles, se estabeleça e conserve determinada ordem para manter o corpo da igreja.
Por isso, rejeitamos todas as invenções humanas e todas as leis que se queiram introduzir para servir a Deus, mas que venham, de qualquer maneira, comprometer e constranger a consciência (2). Aceitamos, então, somente o que serve para promover e guardar a concórdia e a unidade e para manter tudo na obediência a Deus (3).
Esta ordem (caso desobedecida exige a excomunhão), feita conforme a Palavra de Deus, com todas as suas conseqüências (4).
1 1Tm 3:15. 2 Is 29:13; Mt 15:9; Gl 5:1. 3 1Co 14:33. 4 Mt 16:19; Mt 18:15-18; Rm 16:17; 1Co 5; 1Tm 1:20.

ARTIGO 33
OS SACRAMENTOS

Cremos que nosso bom Deus, atento à nossa ignorância e fraqueza, instituiu os sacramentos, a fim de nos selar suas promessas e nos conceder penhores de sua benevolência e graça para conosco e, também, alimentar e sustentar nossa fé (1). Ele acrescentou os sacramentos à palavra do Evangelho (2) para melhor apresentar aos nossos sentidos tanto o que Ele nos declara por sua Palavra, como o que Ele opera em nossos corações.
Assim, Ele confirma a salvação de que nos fez participar. Pois os sacramentos são visíveis sinais e selos de uma realidade interna e invisível. Através deles, Deus opera em nós, pelo poder do Espírito Santo (3). Por isso, os sinais não são vãos nem vazios para nos enganar, porque Jesus Cristo é a verdade deles e, sem Ele, nada seriam.
Além disto, nos contentamos com o número dos sacramentos que Cristo, nosso Mestre, instituiu e que não são mais de dois: o sacramento do batismo (4) e o da santa ceia de Jesus Cristo (5).
1 Gn 17:9-14; Êx 12; Rm 4:11. 2 Mt 28:19; Ef 5:26. 3 Rm 2:28,29; Cl 2:11,12. 4 Mt 28:19. 5 Mt 26:26-28; 1Co 11:23-26.

ARTIGO 34
O SANTO BATISMO

Cremos e confessamos que Jesus Cristo, o qual é "o fim da lei" (Romanos 10:4), derramando seu sangue, acabou com qualquer outro derramamento de sangue, que se possa ou queira realizar para reconciliação dos pecados. Tendo abolido a circuncisão, que se praticava com sangue, Ele instituiu, em lugar dela, o sacramento do batismo [1].
Pelo batismo somos recebidos na igreja de Deus e separados de todos os outros povos e outras religiões para pertencermos totalmente a Ele [2], tendo sua marca e estandarte. O batismo nos serve para testemunhar que Ele eternamente será nosso Deus e misericordioso Pai.
Por isso, Cristo mandou batizar todos os seus "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28:19), somente com água. Desta forma Ele nos dá a entender que assim como a água tira a impureza do corpo, quando derramada em nós, e também assim como a água é vista no corpo de quem recebe o batismo, assim o sangue de Cristo, através do Espírito Santo [3], lava a alma, purificando-a dos pecados [4], e faz com que nós, filhos da ira nasçamos de novo para sermos filhos de Deus [5].
Porém, não somos purificados de nossos pecados pela água do batismo (6), mas pela aspersão com o precioso sangue do Filho de Deus [7]. Ele é nosso Mar Vermelho [8], que devemos atravessar para escapar da tirania de Faraó - que é o diabo - e para entrar na Canaã espiritual.
Os ministros, por sua parte, nos administram somente o sacramento, que é visível, mas nosso Senhor nos concede o que o sacramento significa, a saber: os dons invisíveis da graça. Ele lava nossa alma, purificando-a e limpando-a de todas as impurezas e iniquidades [9]. Ele renova nosso coração, enchendo-o de toda a consolação, e nos dá a verdadeira certeza de sua bondade paternal. Ele nos reveste do novo homem, despindo-nos do velho com todas as suas obras [10].
Por isso, cremos que quem quer entrar na vida eterna, deve ser batizado só uma vez [11]. O batismo não pode ser repetido, porque também não podemos nascer duas vezes e porque este batismo tem utilidade não somente no momento de recebê-lo, mas durante a vida inteira.
Rejeitamos, portanto, o erro dos anabaptistas, que não se contentam com o batismo que uma vez receberam e que, além disto, condenam o batismo dos filhos pequenos dos crentes. Nós cremos, porém, que eles devem ser batizados e, com o sinal da aliança, devem ser selados, assim como as crianças em Israel eram circuncidadas com base nas mesmas promessas que foram feitas a nossos filhos [12]. Cristo, de fato, derramou seu sangue para lavar, igualmente, as crianças dos fiéis e os adultos [13]. Por isso, elas devem receber o sinal e o sacramento da obra que Cristo fez para elas, como o Senhor, outrora, na lei, determinava que as crianças participassem, pouco depois do seu nascimento, do sacramento do sofrimento e da morte de Cristo, através da oferta de um cordeiro [14], que era um sacramento de Jesus Cristo.
Além disto, o batismo tem, para nossos filhos, o mesmo efeito que a circuncisão tinha para o povo judeu. É por esta razão que o apóstolo Paulo chama ao batismo: "a circuncisão de Cristo" (Colossenses 2:11).
1 - Cl 2:11. 2 - Êx 12:48; 1Pe 2:9. 3 - Mt 3:11; 1Co 12:13. 4 - At 22:16; Hb 9:14; 1Jo 1:7; Ap 1:5b. 5 - Tt 3:5. 6 - 1Pe 3:21. 7 - Rm 6:3; 1Pe 1:2; 1Pe 2:24. 8 - 1Co 10:1-4. 9 - 1Co 6:11: Ef 5:26. 10 - Rm 6:4; Gl 3:27. 11 - Mt 28:19; Ef 4:5. 12 Gn 17: 10-12; Mt 19:14; At 2:39. 13 1Co 7:14. 14 Lv 12:6.

ARTIGO 35
A SANTA CEIA

Cremos e confessamos que nosso Salvador Jesus Cristo ordenou e instituiu o sacramento da santa ceia [1], a fim de alimentar e sustentar aqueles que Ele já fez nascer de novo e incorporou à sua família, que é a sua igreja.
Agora, aqueles que nasceram de novo têm duas vidas diferentes [2]. Uma é corporal e temporária: eles a trouxeram de seu primeiro nascimento e todos os homens a tem. A outra é espiritual e celestial: ela lhes é dada no segundo nascimento que se realiza pela palavra do Evangelho [3], na comunhão com o corpo de Cristo. Esta vida apenas os eleitos de Deus possuem. Assim Deus ordenou para a manutenção da vida corporal e terrestre, pão comum, terrestre, que todos recebem como recebem a vida.
Porém, a fim de manter a vida espiritual e celestial, que os crentes possuem, Ele lhes enviou um "pão vivo, que desceu do céu" (João 6:51) , isto é, Jesus Cristo [4]. Ele alimenta e mantém a vida espiritual dos crentes [5] quando é comido, quer dizer: aceito espiritualmente e recebido pela fé [6].
A fim de nos figurar este pão espiritual e celestial, Cristo ordenou um pão terrestre e visível como sacramento de seu corpo e o vinho como sacramento de seu sangue [7]. Com eles nos assegura: tão certo como recebemos o sacramento e o temos em nossas mãos e o comemos e bebemos com nossa boca, para manter nossa vida, tão certo recebemos em nossa alma pela fé [8] - que é a mão e a boca da nossa alma -, o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de Cristo, nosso único Salvador, para manter nossa vida espiritual.
Agora, há certeza absoluta de que Jesus Cristo não nos ordenou seus sacramentos a toa. Então, Ele realiza em nós tudo o que nos apresenta por estes santos sinais, embora de maneira além da nossa compreensão, como também a ação do Espírito Santo é oculta e incompreensível [9].
Entretanto, não nos enganamos, dizendo que, o que comemos e bebemos, é o próprio corpo natural e o próprio sangue de Cristo. Porém, a forma pela qual os tomamos não é pela boca, mas, espiritual, pela fé. Desta maneira, Jesus Cristo permanece sentado a direita de Deus, seu Pai, no céu [10] e, contudo, Ele se comunica a nós pela fé. Nesta ceia festiva e espiritual, Cristo nos faz participar de si mesmo com todas as suas riquezas e dons e deixa-nos usufruir tanto de si mesmo como dos méritos de seu sofrimento e morte [11]. Ele alimenta, fortalece e consola nossa pobre alma desolada pelo comer de seu corpo, e a reanima e renova pelo beber de seu sangue.
Depois, embora os sacramentos estejam unidos com a realidade da qual são um sinal, nem todos recebem ambos [12]. O ímpio recebe, sim, o sacramento, para sua condenação, mas não a verdade do sacramento, como Judas e Simão, o Mago: ambos receberam o sacramento, mas não a Cristo que por este é figurado [13]. Porque somente os crentes participam dEle [14].
Finalmente, recebemos na congregação do povo de Deus [15] este santo sacramento com humildade e reverência. Assim comemoramos juntos, com ações de graça, a morte de Cristo, nosso Salvador, e fazemos confissão da nossa fé e da religião cristã [16]. Por isto, ninguém deve participar da ceia antes de ter-se examinado a si mesmo, da maneira certa, para, enquanto comer e beber, não comer e beber juízo para si (1 Coríntios 11:28,29). Em resumo, somos movidos, pelo uso deste santo sacramento, a um ardente amor para com Deus e nosso próximo.
Por esta razão rejeitamos como profanação dos sacramentos todos os acréscimos e abomináveis invenções que o homem introduziu neles e misturou com eles. E declaramos que se deve contentar com a ordenação que Cristo e seus apóstolos nos ensinaram e falar sobre os sacramentos conforme eles falaram.
1 - Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22:19,20; 1Co 11:23-26. 2 - Jo 3:5,6. 3 - Jo 5:25. 4 - Jo 6:48-51. 5 - Jo 6:63; Jo 10:10b. 6 - Jo 6:40,47. 7 - Jo 6:55; 1Co 10:16. 8 - Ef 3:17. 9 - Jo 3:8. 10 - Mc 16:19; At 3:21. 11 - Rm 8:32; 1Co 10:3,4. 12 - 1Co 2:14. 13 - Lc 22:21,22; At 8:13,21. 14 - Jo 3:36. 15 - At 2:42; At 20:7. 16 - At 2:46; 1Co 11:26.

ARTIGO 36
O OFÍCIO DAS AUTORIDADES CIVIS
Cremos que nosso bom Deus, por causa da per versidade do gênero humano, constituiu reis, governos e autoridades [1]. Ele quer que o mundo seja governado por leis e códigos [2], para que a indisciplina dos homens seja contida e tudo ocorra entre eles em boa ordem [3]. Para este fim Ele forneceu às autoridades a espada para castigar os maus e proteger os bons (Romanos 13:4).
Seu ofício não é apenas cuidar da ordem pública e zelar por ela, mas também proteger o santo ministério da igreja a fim de * promover o reino de Jesus Cristo e a pregação da Palavra do Evangelho em todo lugar [4], para que Deus seja honrado e servido por todos, como Ele ordena na sua Palavra.
Depois, cada um, em qualquer posição que esteja, tem a obrigação de submeter-se às autoridades, pagar impostos, render-lhes honra e respeito, obedecer-lhes [5] em tudo o que não contraria a Palavra de Deus [6], e orar em favor delas para que Deus as guie em todos os seus caminhos, "para que vivamos vida tranquila e mansa com toda piedade e respeito" (1 Timóteo 2:2).
Neste assunto rejeitamos os anabaptistas e outros revolucionários e em geral todos os que se opõem às autoridades e aos magistrados, e querem derrubar a ordem judicial [7], introduzindo a comunhão de bens, e que abalam os bons costumes que Deus estabeleceu entre as pessoas.
1 Pv 8:15; Dn 2:21; Jo 19:11; Rm 13:1.2 Êx 18:20. 3 Dt 1:16; Dt 16:19; Jz 21:25; Sl 82; Jr 21:12; Jr 22:3; 1Pe 2:13,14. 4 Sl 2; Rm 13:4a; 1Tm 2:1-4. 5 Mt 17:27; Mt 22:21; Rm 13:7; Tt 3:1; 1Pe 2:17. 6 At 4:19; At 5:29. 7 2Pe 2:10; Jd :8.
* Originalmente o texto incluía aqui as seguintes palavras: "...impedir e exterminar toda idolatria e falso culto a Deus, destruir o reino do anticristo e ...".

ARTIGO 37
O JUÍZO FINAL

Finalmente, cremos conforme a palavra de Deus que, quando chegar o momento determinado pelo Senhor [1] - o qual todas as criaturas desconhecem -, e o número dos eleitos estiver completo [2], nosso Senhor Jesus Cristo virá do céu, corporal e visivelmente [3], assim como subiu ao céu (Atos 1:11), com grande glória e majestade [4]. Ele se manifestará Juiz sobre vivos e mortos [5], enquanto porá em fogo e chamas este velho mundo para purificá-lo [6].
Naquele momento comparecerão perante este grande Juiz, pessoalmente, todas as pessoas que viveram neste mundo [7]: homens, mulheres e crianças, citados pela voz do arcanjo e pelo som da trombeta divina (1 Tessalonicenses 4:16). Porque todos os mortos ressuscitarão da terra [8] e as almas serão reunidas aos seus próprios corpos em que viveram. E a respeito daqueles que ainda estiverem vivos: eles não morrerão como os outros, mas serão transformados num só momento. De corruptíveis se tornarão incorruptíveis [9].
Então, se abrirão os livros e os mortos serão julgados (Apocalipse 20:12), segundo o que tiverem feito neste mundo, seja o bem ou o mal [10] (2 Coríntios 5:10). Sim, "de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta" (Mateus 12:36), mesmo que o mundo a considere apenas brincadeira e passatempo. Assim será trazido à luz diante de todos o que os homens praticaram às escondidas, inclusive sua hipocrisia.
Portanto, pensar neste juízo e realmente horrível e pavoroso para os homens maus e ímpios [11], mas muito desejável e consolador para os justos e eleitos. A salvação destes será totalmente completada e eles receberão os frutos de seu penoso labor [12]. Sua inocência será reconhecida por todos e eles presenciarão a vingança terrível de Deus contra os ímpios, que os tiranizaram, oprimiram e atormentaram neste mundo [13]. Os ímpios serão levados a reconhecer sua culpa pelo testemunho da própria consciência. Eles se tornarão imortais, mas somente para serem atormentados no "fogo eterno [14], preparado para o diabo e seus anjos " [15] (Mateus 25:41).
Os crentes e eleitos, porém, serão coroados com glória e honra. O Filho de Deus confessará seus nomes diante de Deus, seu Pai (Mateus 10:32), e seus anjos eleitos [16] e Deus "lhes enxugará dos olhos toda lagrima" [17] (Apocalipse 21:4). Assim ficará manifesto que a causa deles, que agora por muitos juízes e autoridades está sendo condenada como herética e ímpia, é a causa do Filho de Deus. E, como recompensa gratuita, o Senhor os fará possuir a glória que jamais poderia surgir no coração de um homem [18].
Por isso, esperamos este grande dia com grande anseio para usufruirmos plenamente das promessas de Deus em Jesus Cristo, nosso Senhor.
1 Mt 24:36; Mt 25:13; 1Ts 5:1,2. 2 Hb 11. 39,40; Ap 6:11. 3 Ap 1:7. 4 Mt 24:30; Mt 25: 31. 5 Mt 25:31-46; 2Tm 4:1; 1Pe 4:5. 6 2Pe 3:10-13. 7 Dt 7:9-11; Ap 20:12,13. 8 Dn 12: 2; Jo 5:28,29. 9 1Co 15:51,52; Fp 3:20,21. 10 Hb 9:27; Ap 22:12. 11 Mt 11:22; Mt 23: 33; Rm 2:5,6; Hb 10:27; 2Pe 2:9; Jd :15; Ap 14:7a. 12 Lc 14:14; 2Ts 1:3-10; 1Jo 4:17. 13 Ap 15:4; Ap 18:20. 14 Mt 13:41,42; Mc 9:48; Lc 16:23-28; Ap 21:8. 15 Ap 20:10. 16 Ap 3:5. 17 Is 25:8; Ap 7:17. 18 Dn 12: 3; Mt 5:12; Mt 13:43; 1Co 2:9; Ap 21:9-22:5.


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Catecismo de Heidelberg (1563)
por
Zacarias Ursino e Gaspar Oleviano
 DOMINGO 1
1. Qual é o seu único fundamento, na vida e na morte?
O meu único fundamento é meu fiel Salvador Jesus Cristo (l). A Ele pertenço, em corpo e alma, na vida e na morte (2) , e não pertenço a mim mesmo (3). Com seu precioso sangue Ele pagou (4) por todos os meus pecados e me libertou de todo o domínio do diabo (5). Agora Ele me protege de tal maneira (6) que, sem a vontade do meu Pai do céu, não perderei nem um fio de cabelo (7). Além disto, tudo coopera para o meu bem (8). Por isso, pelo Espírito Santo, Ele também me garante a vida eterna (9) e me torna disposto a viver para Ele, daqui em diante, de todo o coração (10).
(1) 1Co 3:23; Tt 2:14. (2) Rm 14:8; 1Ts 5:9,10. (3) 1Co 6:19,20. (4) 1Pe 1:18,19; 1Jo 1:7; 1Jo 2:2,12. (5) Jo 8:34-36; Hb 2:14,15; 1Jo 3:8. (6) Jo 6:39; Jo 10:27-30; 2Ts 3:3; 1Pe 1:5. (7) Mt 10:29,30; Lc 21:18. (8) Rm 8:28. (9) Rm 8:16; 2Co 1:22; 2Co 5:5; Ef 1:13,14. (10) Rm 8:14; 1Jo 3:3.
2. O que você deve saber para viver e morrer neste fundamento?R. Primeiro: como são grandes meus pecados e minha miséria (1). Segundo: como sou salvo de meus pecados e de minha miséria (2). Terceiro: como devo ser grato a Deus por tal salvação (3).
(1) Mt 9:12; Jo 9:41; Rm 3:10; 1Jo 1:9,10. (2) Lc 24:46,47; Jo 17:3; At 4:12; At 10:43; 1Co 6:11; Tt 3:3-7. (3) Sl 50:14,15; Sl 116:12,13; Mt 5:16; Rm 6:12,13; Ef 5:10; 2Tm 2:15; 1Pe 2:9,12. Veja também Mt 11:28-30; Ef 5:8.

PARTE 1: NOSSA MISÉRIA
DOMINGO 2


3. Como você conhece sua miséria?
R. Pela lei de Deus (1).
(1) Rm 3:20.
4. O que a lei de Deus exige de nós?R. Isto Cristo nos ensina num resumo, em Mateus 22:37-40: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. " Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas" (1).
(1) Lv 19:18; Dt 6:5; Mc 12:30,31; Lc 10:27.
5. Você pode observar esta lei perfeitamente?R. Não, não posso (1) , porque por natureza sou inclinado a odiar a Deus e a meu próximo (2).
(1) Rm 3:10,20,23; 1Jo 1:8,10. (2) Gn 6:5; Gn 8:21; Jr 17:9; Rm 7:23; Rm 8:7; Ef 2:3; Tt 3:3.
DOMINGO 3


6. Mas Deus criou o homem tão mau e perverso?
R. Não, Deus criou o homem bom (1) e à sua imagem (2) , isto é, em verdadeira justiça e santidade, para conhecer corretamente a Deus seu Criador, amá-Lo de todo o coração e viver com Ele em eterna felicidade, para louvá-Lo e glorificá-Lo (3).
(1) Gn 1:31. (2) Gn 1:26,27. (3) 2Co 3:18; Ef 4:24; Cl 3:10.
7. De onde vem, então, esta natureza corrompida do homem?
R. Da queda e desobediência de nossos primeiros pais, Adão e Eva, no paraíso (1). Ali, nossa natureza tornou-se tão envenenada, que todos nós somos concebidos e nascidos em pecado (2).
(1) Gn 3; Rm 5:12,18,19. (2) Sl 51:5; Jo 3:6.
8. Mas nós somos tão corrompidos que não podemos fazer bem algum e que somos inclinados a todo mal?R. Somos sim (1) , se não nascermos de novo pelo Espírito de Deus (2).
(1) Gn 6:5; Gn 8:21; Jó 14:4; Jo 15:14,16,35; Is 53:6; Tt 3:3. (2) Jo 3:3,5; 1Co 12:3; 2Co 3:5.
DOMINGO 4

9. Então, Deus exige do homem, em sua lei, o que este não pode cumprir. Isto não é injusto?

R. Não, pois Deus criou o homem de tal maneira que este pudesse cumprir a lei (1). O homem, porém, sob instigação do diabo e por sua própria rebeldia, privou a si mesmo e a todos os seus descendentes destes dons (2).
(1) Gn 1:27; Ef 4:24. (2) Gn 3:4-6; Rm 5:12; 1Tm 2:13,14.
10, Deus deixa sem castigo esta desobediência e rebeldia?
R. Não, não deixa, porque Ele se ira terrivelmente tanto contra os pecados em que nascemos como contra os que cometemos, e quer castigá-los por justo julgamento, agora, nesta vida, e na futura (1). Ele mesmo declarou: "Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no livro da lei, para praticá-las" (Gálatas 3:10)(2).
(1) Gn 2:17; Êx 20:5; Êx 34:7; Sl 5:5; Na 1:2; Rm 1:18; Rm 5:12; Ef 5:6; Hb 9:27. (2) Dt 27:26.
11. Mas Deus não é também misericordioso?
R. Deus na verdade é misericordioso(1), mas também e justo (2). Por isso, sua justiça exige que o pecado, cometido contra a suprema majestade de Deus, seja castigado também com a pena máxima, quer dizer, com o castigo eterno em corpo e alma (3).
(1) Êx 20:6; Êx 34:6,7. (2) Êx 20:5; Êx 23:7; Êx 34:7; Sl 7:9. (3) Na 1:2,3; 2Ts 1:9.

PARTE 2: NOSSA SALVAÇÃO
DOMINGO 5

12. Então, conforme o justo julgamento de Deus, merecemos castigo, nesta vida e na futura. Como podemos escapar deste castigo e, de novo, ser aceitos por Deus em graça?
R. Deus quer que sua justiça seja cumprida (1). Por isso, nós mesmos devemos satisfazer essa justiça, ou um outro por nós (2).
(1) Gn 2:17; Êx 20:5; Êx 23:7; Ez 18:4; Hb 10:30. (2) Mt 5:26; Rm 8:3,4.
13. Nós mesmos podemos satisfazer essa justiça?
R. De maneira alguma. Pelo contrário, aumentamos, a cada dia, a nossa dívida com Deus(1).
(1) Jó 4:18,19; Jó 9:2,3; Jó 15:16; Sl 130:3; Mt 6:12; Mt 16:26; Mt 18:25.
14. Será que uma criatura, sendo apenas criatura, pode pagar por nós?
R. Não, não pode. Primeiro: porque Deus não quer castigar uma outra criatura pela dívida do homem(1).
Segundo: porque tal criatura não poderia suportar o peso da ira eterna de Deus contra o pecado e dela livrar outros (2).
(1) Gn 3:17; Ez 18:4. (2) Sl 130:3; Na 1:6.
15. Que tipo de Mediador e Salvador, então, devemos buscar?
R. O Mediador deve ser verdadeiro(1) homem e homem justo (2) , contudo, mais poderoso que todas as criaturas; portanto, alguém que é, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus (3).
(1) 1Co 15:21. (2) Hb 7:26. (3) Is 7:14; Is 9:6; Jr 23:6; Lc 11:22; Rm 8:3,4.

DOMINGO 6


16. Por que o Mediador deve ser verdadeiro homem e homem justo?
R. Deve ser verdadeiro homem, porque a justiça de Deus exige que o homem pague o pecado do homem (1). Deve ser homem justo, porque alguém que tem seus próprios pecados, não pode pagar por outros (2).
(1) Is 53:3-5; Jr 33:15; Ez 18:4,20; Rm 5:12-15; 1Co 15:21; Hb 2:14-16. (2) Sl 49:7; Hb 7:26,27; 1Pe 3:18.
17. Por que o Mediador deve ser, ao mesmo tempo, verdadeiro Deus?
R. Porque, somente sendo verdadeiro Deus(1), Ele pode suportar (2) , como homem, o peso da ira (3) de Deus, e conquistar e restituir, para nós, a justiça e a vida (4).
(1) Is 9:6; Rm 1:4; Hb 1:3. (2) Is 53:4,11. (3) Dt 4:24; Sl 130:3; Na 1:6. (4) Is 53:5,11; Is 54:8; Jo 3:16; At 20:28; 1Pe 3:18.
18. Mas quem é esse Mediador que, ao mesmo tempo, é verdadeiro Deus (1) e verdadeiro (2) homem e homem justo (3) ?
R. Nosso Senhor Jesus Cristo (4) , que nos foi dado para completa salvação e justiça (5).
(1) Jr 23:6; Mt 3:1; Rm 8:3; Gl 4:4; 1Jo 5:20. (2) Lc 1:42; Lc 2:6,7; Rm 1:3; Fp 2:7; Hb 2:14,17; Hb 4:15. (3) Is 53:9,11; Jr 23:5; Lc 1:35; Jo 8:46; Hb 4:15; Heb 7:26; 1Pe 1:19; 1Pe 2:22; 1Pe 3:18. (4) Mt 1:23; Lc 2:11; Jo 1:1,14; Jo 14:6; Rm 9:5; 1Tm 2:5; 1Tm 3:16; Hb 2:9. (5) 1Co 1:30; 2Co 5:21.
19. Como você sabe isto?
R. Pelo santo Evangelho, que o próprio Deus, de início, revelou no paraíso(1). Depois mandou anunciá-lo pelos santos patriarcas (2) e profetas (3) e, de antemão, o representou através dos sacrifícios e das outras cerimônias do Antigo Testamento. (4) Finalmente, o cumpriu por seu único Filho (5).
(1) Gn 3:15. (2) Gn 12:3; Gn 22:18; Gn 26:4; Gn 49:10. (3) Is 42:1-4; Is 43:25; Is 49:6; Is 53; Jr 23:5,6; Jr 31:32,33; Mq 7:18-20; Jo 5:46; At 3:22-24; At 10:43; Rm 1:2; Hb 1:1. (4) Cl 2:17; Hb 10:1,7. (5) Rm 10:4; Gl 3:24; Gl 4:4,5; Cl 2:17.

DOMINGO 7


20. Todos os homens, então, tornam-se salvos por Cristo, assim como pereceram em Adão?
R. Não(1), somente aqueles que pela verdadeira fé são unidos a Cristo e aceitam todos os seus benefícios (2).
(1) Mt 7:14; Mt 22:14. (2) Sl 2:12; Mc 16:16; Jo 1:12,13; Jo 3:16,18,36; Rm 3:22; Rm 11:20; Hb 4:2,3; Hb 5:9; Hb 10:39; Hb 11:6.
21. O que é a verdadeira fé?
R. A verdadeira fé é o conhecimento e a certeza de que é verdade tudo o que Deus nos revelou em sua Palavra(1). É também a plena confiança (2) de que Deus concedeu, por pura graça, não só a outros, mas também a mim, a remissão dos pecados, a justiça eterna e a salvação (3) , somente pelos méritos de Cristo (4). O Espírito Santo (5) opera esta fé em meu coração, por meio do Evangelho (6).
(1) Rm 4:20,21; Hb 11:1,3; Tg 1:6. (2) Sl 9:10; Rm 4:16-21; Rm 5:1; Rm 10:10; Ef 3:12; Hb 4:16. (3) Hc 2:4; At 10:43; Rm 1:17; Gl 3:11; Hb 10:10,38. (4) Lc 1:77,78; Jo 20:31; At 10:43; Rm 3:24; Rm 5:19; Gl 2:16. (5) Mt 16:17; Jo 3:5; Jo 6:29; At 16:14; 2Co 4:13; Ef 2:8; Fp 1:29. (6) Mc 16:15; At 10:44; At 16:14; Rm 1:16; Rm 10:17; 1Co 1:21.
22. Em que um cristão deve crer?
R. Em tudo o que nos é prometido no Evangelho. O Credo Apostólico, resumo de nossa universal e indubitável fé cristã, nos ensina isto(1).
(1) Mt 28:19; Mc 1:15; Jo 20:31.
23. O que dizem os artigos deste Credo?
R. 1) Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra; 2) e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor; 3) que foi concebido pelo Espírito Santo, nasceu da virgem Maria; 4) padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno; 5) no terceiro dia ressurgiu dos mortos; 6) subiu ao céu e esta sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso; 7) donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. 8) Creio no Espírito Santo; 9) na santa igreja universal de Cristo, a comunhão dos santos; 10) na remissão dos pecados; 11) na ressurreição da carne 12) e na vida eterna.

DOMINGO 8



24. Como se divide este Credo?
R. Em três partes. A primeira trata de Deus Pai e da nossa criação. A segunda de Deus Filho e da nossa salvação. A terceira de Deus Espírito Santo e da nossa santificação.
25. Por que você fala de três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo, visto que há um só Deus (1) ?
R. Porque Deus se revelou, em sua Palavra, de tal maneira que estas três Pessoas distintas são o único, verdadeiro e eterno Deus (2).
(1) Dt 6:4; Is 44:6; Is 45:5; 1Co 8:4,6; Ef 4:5,6. (2) Gn 1:2,3; Is 61:1; Mt 3:16,17; Mt 28:19; Lc 1:5; Lc 4:18; Jo 14:26; Jo 15:26; At 2:32,33; 2Co 13:13; Gl 4:6; Ef 2:18; Tt 3:4-6.

DEUS PAI E NOSSA CRIAÇÃO
DOMINGO 9

26. Em que você crê quando diz: "Creio em Deus Pai, Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra"?
R. Creio que o eterno Pai de nosso Senhor Jesus Cristo criou, do nada, o céu, a terra e tudo o que neles há(1) e ainda os sustenta e governa por seu eterno conselho e providência (2). Ele é também meu Deus e meu Pai, por causa de seu Filho Cristo (3). NEle confio de tal maneira, que não duvido que dará tudo o que for necessário para meu corpo e minha alma (4) ; e que Ele transformará em bem todo mal que me enviar, nesta vida conturbada (5). Tudo isto Ele pode fazer como Deus todo-poderoso (6) e quer fazer como Pai fiel (7).
(1) Gn 1:1; Gn 2:3; Êx 20:11; Jó 33:4; Jó 38:4-11; Sl 33:6; Is 40:26; At 4:24; At 14:15. (2) Sl 104:2-5,27-30; Sl 115:3; Mt 10:29,30; Rm 11:36; Ef 1:11. (3) Jo 1:12; Rm 8:15; Gl 4:5-7; Ef 1:5. (4) Sl 55:22; Mt 6:25,26; Lc 12:22-24. (5) Rm 8:28. (6) Rm 8:37-39; Rm 10:12; Ap 1:8. (7) Mt 6:32,33; Mt 7:9-11.

DOMINGO 10 
27. O que é a providência de Deus?
R. É a força Todo-Poderoso e presente (1) , com que Deus, pela sua mão, sustenta e governa o céu, a terra e todas as criaturas (2). Assim, ervas e plantas, chuva e seca (3) , anos frutíferos e infrutíferos, comida e bebida, saúde e doença, riqueza e pobreza e todas as coisas (4) não nos sobrevêm por acaso, mas de sua mão paternal (5).
(1) Sl 94:9,10; Is 29:15,16; Jr 23:23,24; Ez 8:12; Mt 17:27; At 17:25-28. (2) Hb 1:3. (3) Jr 5:24; At 14:17. (4) Pv 22:2; Jo 9:3. (5) Pv 16:33; Mt 10:29.

28. Para que serve saber da criação e da providência de Deus?R. Para que tenhamos paciência(1) em toda adversidade e mostremos gratidão (2) em toda prosperidade e para que, quanto ao futuro, tenhamos a firme confiança em nosso fiel Deus e Pai, de que criatura alguma nos pode separar do amor dEle (3). Porque todas as criaturas estão na mão de Deus, de tal maneira que sem a vontade dEle não podem agir nem se mover (4).
(1) Jó 1:21,22; Sl 39:9; Rm 5:3,4; Tg 1:3. (2) Dt 8:10; 1Ts 5:18. (3) Sl 55:22; Rm 5: 4,5; Rm 8:38,39. (4) Jó 1:12; Jó 2:6; Pv 21:1; At 17:25-28.

DEUS FILHO E NOSSA SALVAÇÃO
DOMINGO 11


29. O nome "Jesus" significa "Salvador". Por que o Filho de Deus tem este nome?R. Porque Ele nos salva de todos os nossos pecados(1) e porque, em ninguém mais, devemos buscar ou podemos encontrar salvação (2).
(1) Mt 1:21; Hb 7:25. (2) Is 43:11; Jo 15:4,5; At 4:11,12; 1Tm 2:5; 1Jo 5:11,12. 
30. Será que aqueles que buscam, o bem e a salvação nos assim chamados "santos", ou em si mesmos ou em qualquer lugar, realmente creem no único Salvador?R. Não, não creem  pois na prática negam o único Salvador Jesus, ainda que falem tanto dEle(1). Pois das duas, uma: ou Jesus não é o perfeito Salvador, ou aqueles que O aceitam como Salvador com verdadeira fé, encontram nEle tudo o que é necessário para a salvação (2).
(1) 1Co 1:13,30,31; Gl 5:4. (2) Is 9:7; Jo 1:16; Cl 1:19,20; Cl 2:10; Hb 12:2; 1Jo 1:7. 

DOMINGO 12
31. O nome "Cristo" significa "Ungido". Por que Jesus tem também este nome?R. Porque Ele foi ordenado por Deus Pai e ungido(1) com o Espírito Santo para ser nosso supremo Profeta e Mestre, nosso único Sumo Sacerdote e nosso eterno Rei.
Como Profeta Ele nos revelou plenamente o plano de Deus para nossa salvação (2) ;
como Sumo Sacerdote Ele nos resgatou pelo único sacrifício de seu corpo (3) e, continuamente, intercede por nós junto ao Pai (4) ;
como Rei Ele nos governa por sua Palavra e Espírito e nos protege e guarda na salvação (5) que Ele conquistou para nós.
(1) Sl 45:7; Is 61:1; Lc 4:18; At 10:38; Hb 1:9. (2) Dt 18:15; Is 55:4; Mt 11:27; Jo 1:18; Jo 15:15; At 3:22. (3) Sl 110:4; Hb 7:21; Hb 9:12,14,28; Hb 10:12,14. (4) Rm 8:34; Hb 7:25; Hb 9:24; 1Jo 2:1. (5) Sl 2:6; Zc 9:9; Mt 21:5; Mt 28:18; Lc 1:33; Jo 10:28; Ap 12:10,11. 
32. Por que você e chamado cristão (1) ?R. Porque pela fé sou membro de Cristo e, por isso, também sou ungido (2) para ser profeta, sacerdote e rei. Como profeta confesso o nome dEle (3) ; Como sacerdote ofereço minha vida a Ele como sacrifício vivo de gratidão (4) ; e como rei combato (5) , nesta vida, o pecado e o diabo, de livre consciência, e depois, na vida eterna, vou reinar com Ele sobre todas as criaturas (6).
(1) At 11:26. (2) Is 59:21; Jl 2:28; At 2:17; 1Co 6:15; 1Jo 2:27. (3) Mt 10:32,33; Rm 10:10. (4) Êx 19:6; Rm 12:1; 1Pe 2:5; Ap 1:6; Ap 5:8,10. (5) Rm 6:12,13; Gl 5:16,17; Ef 6:11; 1Tm 1:18,19; 1Pe 2:9,11. (6) 2Tm 2:12; Ap 22:5.

DOMINGO 13


33. Por que Cristo é chamado "o único Filho de Deus", se nós também somos filhos de Deus?

R. Porque só Cristo é, por natureza, o Filho eterno de Deus(1). Nós, porém, somos filhos adotivos de Deus (2) , pela graça, por causa de Cristo.
(1) Jó 1:14,18; Jo 3:16; Rm 8:32; Hb 1:1,2; 1Jo 4:9. (2) Jo 1:12; Rm 8:15-17; Gl 4:6; Ef 1:5,6
34. Por que você chama Cristo "nosso Senhor"?
R. Porque Ele nos comprou e resgatou, corpo e alma, dos nossos pecados e de todo o domínio do diabo, não com ouro ou prata, mas com seu precioso sangue. Assim pertencemos a Ele(1).
(1) Jo 20:28; 1Co 6:20; 1Co 7:23; Ef 1:7; 1Tm 2:6; 1Pe 1:18,19; 1Pe 2:9.

DOMINGO 14

35. O que você entende, quando diz que Cristo "foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu da virgem Maria"?

R. Entendo que o eterno Filho de Deus, que é e permanece verdadeiro e eterno Deus(1), tornou-se verdadeiro homem (2) , da carne e do sangue da virgem Maria (3) , por obra do Espírito Santo. Assim Ele é, de fato, o descendente de Davi (4) igual a seus irmãos em tudo, mas sem pecado (5).
(1) Mt 1:23; Mt 3:17; Mt 16:16; Mt 17:5; Mc 1:11; Jo 1:1 Jo 17:3,5; Jo 20:28; Rm 1:3,4; Rm 9:5; Fp 2:6; Cl 1:15,16; Tt 2:13; Hb 1:3; 1Jo 5:20. (2) Mt 1:18,20; Lc 1:35. (3) Lc 1:31,42,43; Jo 1:14; Gl 4:4. (4) 2Sm 7:12; Sl 132:11; Mt 1:1; Lc 1:32; At 2:30,31; Rm 1:3. (5) Fp 2:7; Hb 2:14,17; Hb 4:15; Hb 7:26,27.
36. Que importância tem para você Cristo ter sido concebido e nascido sem pecado?
R. Que Ele e nosso Mediador(1) e com sua inocência e perfeita santidade, cobre diante de Deus meu pecado (2) no qual fui concebido e nascido.
(1) Hb 2:16-18; Hb 7:26,27. (2) Sl 32:1; Is 53:11; Rm 8:3,4; 1Co 1:30,31; Gl 4:4,5; 1Pe 1:18,19; 1Pe 3:18.

DOMINGO 15


37 O que você quer dizer com a palavra "padeceu"?
R. Que Cristo, em corpo e alma, durante toda a sua vida na terra, mas principalmente no final, suportou a ira de Deus contra os pecados de todo o gênero humano(1). Por este sofrimento, como o único sacrifício propiciatório (2) , Ele salvou, da condenação eterna de Deus, nosso corpo e alma (3) e conquistou para nós a graça de Deus, a justiça e a vida eterna (4).
(1) Is 53:4,12; 1Tm 2:6; 1Pe 2:24; 1Pe 3:18. (2) Is 53:10; Rm 3:25; 1Co 5:7; Ef 5:2; Hb 9:28; Hb 10:14; 1Jo 2:2; 1Jo 4:10. (3) Gl 3:13; Cl 1:13; Hb 9:12; 1Pe 1:18,19. (4) Jo 3:16; Jo 6:51; 2Co 5:21; Hb 9:15; Hb 10:19.
38. Por que Ele padeceu "sob Pôncio Pilatos"?
R. Cristo, embora julgado inocente, foi condenado pelo juiz oficial (1) , para que nos libertasse do severo juízo de Deus que devia cair sobre nós (2).
(1) Mt 27:24; Lc 23:13-15; Jo 18:38; Jo 19:4; Jo 19:11. (2) Is 53:4,5; 2Co 5:21; Gl 3:13.
39. Cristo "foi crucificado". Isto tem mais sentido do que morrer de outra maneira?R. Tem sim, porque pela crucificação tenho certeza de que Ele tomou sobre si (1) a maldição que pesava sobre mim. Pois a morte da cruz era maldita por Deus (2).
(1) Gl 3:13. (2) Dt 21:23.

DOMINGO 16


40. Por que Cristo devia sofrer a morte?

R. Porque a justiça e a verdade de Deus(1) exigiam a morte do Filho de Deus; não houve outro meio de pagar nossos pecados (2).
(1) Gn 2:17. (2) Rm 8:3,4; Fp 2:8; Hb 2:9,14,15.
41. Por que Ele foi "sepultado"?
R. Para dar testemunho de que estava realmente morto(1).
(1) Mt 27:59,60; Lc 23:53; Jo 19:40-42; At 13:29; 1Co 15:3,4.
42. Se Cristo morreu por nós, por que devemos nós morrer também?
R. Nossa morte não é para pagar nossos pecados(1), mas somente significa que morremos para o pecado e que passamos para a vida eterna (2).
(1) Mc 8:37. (2) Jo 5:24; Rm 7:24,25; Fp 1:23.
43. Que importância tem, para nós, o sacrifício e a morte de Cristo na cruz?
R. Pelo poder de Cristo, nosso velho homem é crucificado, morto e sepultado com Ele(1), para que os maus desejos da carne não mais nos dominem (2) , mas que nos ofereçamos a Ele, como sacrifício de gratidão (3).
(1) Rm 6:6. (2) Rm 6:8,11,12. (3) Rm 12:1.
44. Por que se acrescenta: "desceu ao inferno"?
R. Porque meu Senhor Jesus Cristo sofreu, principalmente na cruz inexprimíveis angústias, dores e terrores(1). Por isso, até nas minhas mais duras tentações, tenho a certeza de que Ele me libertou da angústia e do tormento do inferno (2).
(1) Mt 26:38; Mt 27:46; Hb 5:7. (2) Is 53:5.

DOMINGO 17


45. Que importância tem, para nós, a ressurreição de Cristo?

R. Primeiro: pela ressurreição, Ele venceu a morte, para que nós pudéssemos participar da justiça, que Ele conquistou por sua morte (1). Segundo: nos também, por seu poder, somos ressuscitados para a nova vida (2). Terceiro: a ressurreição de Cristo é uma garantia de nossa ressurreição em glória (3).
(1) Rm 4:25; 1Co 15:16-18; 1Pe 1:3. (2) Rm 6:4; Cl 3:1-3; Ef 2:4-6; (3) Rm 8:11; 1Co 15:20-22.

DOMINGO 18
46. O que você quer dizer com as palavras: "subiu ao céu"?
R. Que Cristo, à vista de seus discípulos, foi elevado da terra ao céu(1) e lá esta para nosso bem (2) , até que volte para julgar os vivos e os mortos (3).
(1) Mt 16:19; Lc 24:51; At 1:9. (2) Rm 8:34; Ef 4:10; Cl 3:1; Hb 4:14; Hb 7:24,25; Hb 9:24. (3) Mt 24:30; At 1:11.
47. Cristo, então, não está conosco até o fim do mundo, como nos prometeu(1)?
R. Cristo é verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Segundo sua natureza humana não está agora na terra (2) , mas segundo sua divindade, majestade, graça e Espirito jamais se afasta de nós (3).
(1) Mt 28:20. (2) Mt 26:11; Jo 16:28; Jo 17:11; At 3:21; Hb 8:4. (3) Mt 28:20; Jo 14:16-18; Jo 16:13; Ef 4:8.
48. Mas se a natureza humana não está em todo lugar onde a natureza divina está, as duas naturezas de Cristo não são separadas uma da outra?
R. De maneira nenhuma; a natureza divina de Cristo não pode ser limitada e está presente em todo lugar. Por isso, podemos concluir que a natureza divina dEle está na sua natureza humana e permanece pessoalmente unida a ela, embora também esteja fora dela (2).
(1) Is 66:1; Jr 23:23,24; At 7:49; At 17:27,28. (2) Mt 28:6; Jo 3:13; Jo 11:15; Cl 2:8.
49. Que importância tem, para nós, a ascensão de Cristo?
R. Primeiro: Ele é, no céu, nosso Advogado junto a seu Pai(1). Segundo: em Cristo temos nossa carne no céu, como garantia segura de que Ele, como nosso Cabeça, também nos levará para si, como seus membros (2). Terceiro: Ele nos envia seu Espírito, como garantia (3) , pelo poder do Espírito buscamos as coisas que são do alto, onde Cristo está sentado a direita de Deus, e não as coisas que são da terra (4).
(1) Rm 8:34; 1Jo 2:1. (2) Jo 14:2,3; Jo 17:24; Ef 2:6. (3) Jo 14:16; Jo 16:7; At 2:33; 2Co 1:22; 2Co 5:5. (4) Fp 3:20; Cl 3:1.

DOMINGO 19


50. Por que se acrescenta: "e está sentado à direita de Deus"?

R. Porque Cristo subiu ao céu para mani festar-se, lá mesmo, como o Cabeça de sua igreja cristã(1) e para governar tudo em nome de seu Pai (2).
(1) Ef 1:20-23; Cl 1:18. (2) Mt 28:18; Jo 5:22.
51. Que importância tem, para nós, essa glória de Cristo, nosso Cabeça?
R. Primeiro: por seu Espírito Santo, Ele derrama sobre nós, seus membros, os dons celestiais(1). Segundo: Ele nos defende e protege, por seu poder, contra todos os inimigos (2).
(1) At 2:33; Ef 4:8,10-12. (2) Sl 2:9; Sl 110:1,2; Jo 10:28; Ef 4:8; Ap 12:5.
52. Que consolo traz a você a volta de Cristo "para julgar os vivos e os mortos"?
R. Que, em toda miséria e perseguição, espero, de cabeça erguida, o Juiz que vem do céu, a saber: o Cristo que antes se apresentou em meu lugar ao tribunal de Deus e tirou de mim toda a maldição (1).
Ele lançará, na condenação eterna, todos os seus e meus inimigos (2) , mas Ele me levará para si mesmo, com todos os eleitos na alegria e glória celestiais (3).
(1) Lc 21:28; Rm 8:23,24; Fp 3:20; 1Ts 4:16; Tt 2:13. (2) Mt 25:41-43; 2Ts 1:6,8,9. (3) Mt 25:34-36; 2Ts 1:7,10.

DEUS ESPÍRITO SANTO E NOSSA SANTIFICAÇÃO
DOMINGO 20
53. O que você crê sobre o Espírito Santo?
R. Primeiro: creio que Ele é verdadeiro e eterno Deus com o Pai e o Filho (1). Segundo: que Ele foi dado também a mim (2). Por uma verdadeira fé, Ele me torna participante de Cristo e de todos os seus benefícios (3). Ele me fortalece (4) e fica comigo para sempre (4).
(1) Gn 1:2; At 5:3,4; 1Co 2:10; 1Co 3:16; 1Co 6:19. (2) Mt 28:19; 2Co 1:21,22 Gl 3:14; Gl 4:6; Ef 1:13. (3) Jo 16:14; 1Co 2:12; 1Pe 1:2. (4) Jo 15:26; At 9:31. (5) Jo 14:16,17; 1Pe 4:14.

DOMINGO 21


54. O que você crê sobre "a santa igreja universal de Cristo"?
R. Creio que o Filho de Deus (1) reúne, protege e conserva (2) , dentre todo o gênero humano (3) , sua comunidade (4) eleita para a vida eterna (5). Isto Ele fez por seu Espírito e sua Palavra (6) , na unidade da verdadeira fe (7) , desde o princípio do mundo até o fim (8). Creio que sou membro vivo (9) dessa igreja, agora e para sempre (10).
(1) Jo 10:11; Ef 4:11-13; Ef 5:25,26. (2) Sl 129:4,5; Mt 16:18; Jo 10:16,28. (3) Gn 26:4; Is 49:6; Rm 10:12,13; Ap 5:9. (4) Sl 111:1; At 20:28; Hb 12:22,23. (5) Rm 8:29,30; Ef 1:10-14; 1Pe 2:9. (6) Is 59:21; Rm 1:16; Rm 10:14-17; Ef 5:26. (7) Jo 17:21; At 2:42; Ef 4:3-6; 1Tm 3:15. (8) Is 59:21; 1Cor 11:26 (9) Rm 8:10; 1Jo 3:14,19-21. (10) Sl 23:6; Jo 10:28; Rm 8:35-39; 1Co 1:8,9; 1Pe 1:5; 1Jo 2:19.
55, Como você entende as palavras: "a comunhão dos santos"?
R. Primeiro: entendo que todos os crentes, juntos e cada um por si, têm, como membros, comunhão com Cristo, o Senhor, e todos os seus ricos dons (1). Segundo: que todos devem sentir-se obrigados a usar seus dons com vontade e alegria para o bem dos outros membros (2).
(1) Rm 8:32; 1Co 6:17; 1Co 12:12,13; 1Jo 1:3. (2) 1Co 12:21; 1Co 13:1-7; Fp 2:2-5.
56. O que você crê sobre "a remissão dos pecados"?
R. Creio que Deus, por causa da satisfação em Cristo, jamais quer lembrar-se de meus pecados (1) e de minha natureza pecaminosa (2) , que devo combater durante toda a minha vida. Mas Ele me dá a justiça de Cristo (3) , pela graça, e assim nunca mais serei condenado por Deus (4).
(1) Sl 103:3,10,12; Jr 31:34; Mq 7:19; 2Co 5:19. (2) Rm 7:23-25. (3) 2Co 5:21; 1Jo 1:7; 1Jo 2:1,2. (4) Jo 3:18; Jo 5:24.

DOMINGO 22


57. Que consolo traz a você "a ressurreição da carne"?

R. Meu consolo é que depois desta vida minha alma será imediatamente elevada para Cristo, seu Cabeça (1). E que também esta minha carne, ressuscitada pelo poder de Cristo, será unida novamente à minha alma e se tornará semelhante ao corpo glorioso de Cristo (2).
(1) Lc 16:22; Lc 20:37,38; Lc 23:43; Fp 1:21,23; Ap 14:13. (2) Jó 19:25-27; 1Co 15:53,54; Fp 3:21; 1Jo 3:2.
58. Que consolo traz a você o artigo sobre a vida eterna ?
R. Meu consolo é que, como já percebo no meu coração o início da alegria eterna (1) , depois desta vida terei a salvação perfeita. Esta salvação nenhum olho jamais viu, nenhum ouvido ouviu e jamais surgiu no coração de alguém. Então louvarei a Deus eternamente (2).
(1) Jo 17 3; 2Co 5:2,3. (2) Jo 17:24; 1Co 2:9.
A JUSTIFICAÇÃO
DOMINGO 23


59. Mas que proveito tem sua fé no Evangelho?
R. O proveito é que sou justo perante Deus, em Cristo, e herdeiro da vida eterna (1).
(1) Hc 2:4; Jo 3:36; Rm 1:17.
60. Como você é justo perante Deus?
R. Somente por verdadeira fé em Jesus Cristo (1).
Mesmo que minha consciência me acuse de ter pecado gravemente contra todos os mandamentos de Deus, e de não ter guardado nenhum deles, e de ser ainda inclinado a todo mal (2) , todavia Deus me dá, sem nenhum mérito meu, por pura graça (3) , a perfeita satisfação, a justiça e a santidade de Cristo (4). Deus me trata (5) como se eu nunca tivesse cometido pecado algum ou jamais tivesse sido pecador; e, como se pessoalmente eu tivesse cumprido toda a obediência que Cristo cumpriu por mim (6). Este benefício é meu somente se eu o aceitar por fé, de todo o coração (7).
(1) Rm 3:21-26; Rm 5:1,2; Gl 2:16; Ef 2:8,9; Fp 3:9. (2) Rm 3:9; Rm 7:23. (3) Dt 9:6; Ez 36:22; Rm 3:24; Rm 7:23-25; Ef 2:8; Tt 3:5. (4) 1Jo 2:1,2. (5) Rm 4:4-8; 2Co 5:19. (6) 2Co 5:21. (7) Jo 3:18; Rm 3:22.
61. Por que você diz que é justo somente pela fé?
R. Eu o digo não porque sou agradável a Deus graças ao valor da minha fé, mas porque somente a satisfação por Cristo e a justiça e santidade dEle me justificam perante Deus (1). Somente pela fé posso aceitar e possuir esta justificação (2).
(1) 1Co 1:30; 1Co 2:2. (2) 1Jo 5:10.

DOMINGO 24


62. Mas por que nossas boas obras não nos podem justificar perante Deus, pelo menos em parte?

R. Porque a justiça que pode subsistir perante o juízo de Deus deve ser absolutamente perfeita e completamente conforme a lei de Deus (1). Entretanto, nesta vida, todas as nossas obras, até as melhores, são imperfeitas e manchadas por pecados (2).
(1) Dt 27:26; Gl 3:10. (2) Is 64:6.
63. Nossas boas obras, então, não têm mérito? Deus não promete recompensá-las, nesta vida e na futura?
R. Essa recompensa não nos é dada por mérito, mas por graça (1).
(1) Lc 17:10.
64. Mas essa doutrina não faz com que os homens se tornem descuidosos e ímpios?
R. Não, pois é impossível que aqueles que estão implantados em Cristo, por verdadeira fé, deixem de produzir frutos de gratidão (1).
(1) Mt 7:18; Jo 15:5.

A PALAVRA E OS SACRAMENTOS
DOMINGO 25

65. Visto que somente a fé nos faz participar de Cristo e de todos os seus benefícios, de onde vem esta fé?R. Vem do Espírito Santo (1) que a produz em nossos corações pela pregação do Evangelho (2) , e a fortalece pelo uso dos sacramentos (3).
(1) Jo 3:5; 1Co 2:12; 1Co 12:3; Ef 1:17, 18; Ef 2:8; Fp 1:29. (2) At 16:14; Rm 10:17; 1Pe 1:23. (3) Mt 28:19.
66. Que são sacramentos?
R. São visíveis e santos sinais e selos. Deus os instituiu para nos fazer compreender melhor e para garantir a promessa do Evangelho, pelo uso deles. Essa promessa é que Deus nos dá, de graça, o perdão dos pecados e a vida eterna, por causa do único sacrifício de Cristo na cruz (1).
(1) Gn 17:11; Lv 6:25; Dt 30:6; Is 6:6,7; Is 54:9; Ez 20:12; Rm 4:11; Hb 9:7,9; Hb 9:24.
67. Então, tanto a Palavra como os sacramentos têm a finalidade de apontar nossa fé para o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, como o único fundamento de nossa salvação (1) ?
R. Sim, pois o Espírito Santo ensina no Evangelho e confirma pelos sacramentos que toda a nossa salvação está baseada no único sacrifício de Cristo na cruz.
(1) Rm 6:3; Gl 3:27.
68. Quantos sacramentos Cristo instituiu na nova aliança?
R. Dois: o santo batismo e a santa ceia.
O SANTO BATISMO
DOMINGO 26

69. Como o batismo ensina e garante a você que o único sacrifício de Cristo na cruz é para seu bem?
R. Cristo instituiu essa lavagem com água (1) e acrescentou a promessa de lavar, com seu sangue e Espírito, a impureza da minha alma (isto é, todos os meus pecados) (2) tão certo como por fora fico limpo com a água que tira a sujeira do corpo.
(1) Mt 28:19. (2) Mt 3:11; Mc 1:4; Mc 16:16; Lc 3:3; Jo 1:33; At 2:38; Rm 6:3,4; 1Pe 3:21.
70. O que significa ser lavado com o sangue e o Espírito de Cristo?
R. Significa receber perdão dos pecados, pela graça de Deus, por causa do sangue de Cristo, que Ele derramou por nós, em seu sacrifício na cruz (1). Significa também ser renovado pelo Espírito Santo e santificado para ser membro de Cristo. Assim morremos mais e mais para o pecado e levamos uma vida santa e irrepreensível (2).
(1) Ez 36:25; Zc 13:1; Hb 12:24; 1Pe 1:2; Ap 1:5; Ap 7:14. (2) Ez 36:26,27; Jo 1:33; Jo 3:5; Rm 6:4; 1Co 6:11; 1Co 12:13; Cl 2:11,12.
71. Onde Cristo prometeu lavar-nos com seu sangue e seu Espírito, tão certo como somos lavados com a água do batismo?
R. Na instituição do batismo, onde Ele diz: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" (Mateus 28:19). "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porem, não crer será condenado" (Marcos 16:16). Esta promessa se repete também onde a Escritura chama o batismo de "lavagem da regeneração" (Tito 3:5) e de "purificação dos pecados" (Atos 22:16).

DOMINGO 27


72. Então, a própria água do batismo é a purificação dos pecados?

R. Não (1) , pois somente o sangue de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todos os pecados (2).
(1) Mt 3:11; Ef 5:26; 1Pe 3:21. (2) 1Co 6:11; 1Jo 1:7.
73. Por que, então, o Espírito Santo chama o batismo "lavagem da regeneração" e "purificação dos pecados"?
R. É por motivo muito sério que Deus fala assim. Ele nos quer ensinar que nossos pecados são tirados pelo sangue e Espírito de Cristo assim como a sujeira do corpo é tirada por água (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por este divino sinal e garantia que somos lavados espiritualmente dos nossos pecados tão realmente como nosso corpo fica limpo com água (2).
(1) 1Co 6:11; Ap 1:5; Ap 7:14. (2) Mt 16:16; Gl 3:27.
74. As crianças pequenas devem ser batizadas?
R. Devem, sim, porque tanto as crianças como os adultos pertencem à aliança de Deus e à sua igreja (1). Também a elas como aos adultos são prometidos, no sangue de Cristo, a salvação do pecado e o Espírito Santo que produz a fé (2).
Por isso, as crianças, pelo batismo como sinal da aliança, devem ser incorporadas à igreja cristã e distinguidas dos filhos dos incrédulos (3). Na época do Antigo Testamento se fazia isto pela circuncisão (4). No Novo Testamento foi instituído o batismo, no lugar da circuncisão (5).
(1) Gn 17:7. (2) Sl 22:10; Is 44:1-3; Mt 19:14; At 2:39. (3) At 10:47. (4) Gn 17:14. (5) Cl 2:11,12.

A SANTA CEIA
DOMINGO 28

75. Como a santa ceia ensina e garante que você tem parte no único sacrifício de Cristo na cruz e em todos os seus benefícios?
R. Da seguinte maneira: Cristo me mandou, assim como a todos os fiéis, comer do pão partido e beber do cálice, em sua memória. E Ele acrescentou esta promessa: Primeiro, que, por mim, seu corpo foi sacrificado na cruz e que, por mim, seu sangue foi derramado, tão certo como vejo com meus olhos que o pão do Senhor é partido para mim e o cálice me é dado. Segundo, que Ele mesmo alimenta e sacia minha alma para a vida eterna com seu corpo crucificado e seu sangue derramado, tão certo como recebo da mão do ministro e tomo com minha boca o pão e o cálice do Senhor. Eles são sinais seguros do corpo e do sangue de Cristo (1).
(1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22:19,20; 1Co 10:16,17; 1Co 11:23-25.
76. O que significa comer o corpo cruci ficado de Cristo e beber seu sangue derramado?
R. Significa aceitar com verdadeira fé todo o sofrimento e morte de Cristo e assim receber o perdão dos pecados e a vida eterna (1). Significa também ser unido cada vez mais ao santo corpo de Cristo (2) , pelo Espírito Santo que habita tanto nEle como em nós. Assim somos carne de sua carne e osso de seus ossos (3) mesmo que Cristo esteja no céu (4) e nós na terra; e vivemos eternamente e somos governados por um só Espírito, como os membros do nosso corpo o são por uma só alma (5).
(1) Jo 6:35,40,47-54. (2) Jo 6:55,56. (3) Jo 14:23; 1Co 6:15,17,19; Ef 3:16,17; Ef 5:29,30; 1Jo 3:24; 1Jo 4:13. (4) At 1:9,11; At 3:21; 1Co 11:26; Cl 3:1. (5) Jo 6:57; Jo 15:1-6; Ef 4:15,16.
77, Onde Cristo prometeu alimentar e saciar os fieis com seu corpo e seu sangue, tão certo como eles comem do pão partido e bebem do cálice?
R. Nas palavras da instituição da ceia, que são :"O Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1Coríntios 11:23-2 (6). O apóstolo Paulo já se tinha referido a esta promessa, dizendo: "Porventura o cálice da bênção que abençoamos, não é a comunhão do sangue de Cristo? O pão que partimos, não é a comunhão do corpo de Cristo? Porque nós, embora muitos, somos unicamente um pão, um só corpo; porque todos participamos do único pão" (1Coríntios 10:16,1) (7).
(1) Mt 26:26-28; Mc 14:22-24; Lc 22-19,20.
DOMINGO 29


78. Pão e vinho, então, se transformam no próprio corpo e sangue de Cristo?
R. Não (1). Neste ponto há igualdade entre o batismo e a ceia. A água do batismo não se transforma no sangue de Cristo, nem tira os pecados. Ela é somente um sinal divino e uma garantia disto (2). Igualmente o pão da santa ceia não se transforma no próprio corpo de Cristo (3) , mesmo que seja chamado "corpo de Cristo", conforme a natureza e o uso dos sacramentos (4).
(1) Mt 26:29. (2) Ef 5:26; Tt 3:5. (3) 1Co 10:16; 1Co 11:26. (4) Gn 17:10,11; Êx 12: 11,13; Êx 12:26,27; Êx 13:9; Êx 24:8; At 22:16; 1Co 10:1-4; 1Pe 3:21.
79. Por que, então, Cristo chama o pão "seu corpo" e o cálice "seu sangue" ou "a nova aliança em seu sangue", e por que Paulo fala sobre "a comunhão do corpo e do sangue de Cristo"?
R. É por motivo muito sério que Cristo fala assim. Ele nos quer ensinar que seu corpo crucificado e seu sangue derramado são o verdadeiro alimento e bebida de nossas almas para a vida eterna, assim como pão e vinho mantêm a vida temporária (1). E, ainda mais, Ele nos quer assegurar por estes visíveis sinais e garantias,primeiro: que participamos de seu corpo e sangue, pela obra do Espírito Santo, tão realmente como recebemos com nossa própria boca estes santos sinais, em memória dEle (2) ;e segundo: que todo o seu sofrimento e obediência são nossos, tão certo, como se nós mesmos tivéssemos sofrido e pago por nossos pecados.
(1) Jo 6:51,53-55. (2) 1Co 10:16.

DOMINGO 30


80. Que diferença há entre a ceia do Senhor e a missa do papa?

R. A ceia do Senhor nos testemunha que temos completo perdão de todos os nossos pecados, pelo único sacrifício de Jesus Cristo, que Ele mesmo, uma única vez, realizou na cruz (1) ; e também que, pelo Espírito Santo, somos incorporados a Cristo, que agora, com seu verdadeiro corpo, não está na terra mas no céu, à direita do Pai (3) e lá quer ser adorado por nós (4). A missa, porem, ensina que Cristo deve ser sacrificado todo dia, pelos sacerdotes na missa, em favor dos vivos e dos mortos, e que estes, sem a missa, não tem perdão dos pecados pelo sofrimento de Cristo; e também, que Cristo está corporalmente presente sob a forma de pão e vinho e, por isso, neles deve ser adorado. A missa, então, no fundo, não é outra coisa senão a negação do único sacrifício e sofrimento de Cristo e uma idolatria abominável (5).
(1) Mt 26:28; Lc 22:19,20; Jo 19:30; Hb 7:26,27; Hb 9:12; Hb 9:25-28; Hb 10:10,12,14. (2) 1Co 6:17; 1Co 10:16,17. (3) Jo 20:17; Cl 3:1; Hb 1:3; Hb 8:1,2. (4) At 7:55,56; Fp 3:20; Cl 3:1; 1Ts 1:10. (5) Hb 9:26; Hb 10:12,14.
81. Quem deve vir a santa ceia?
R. Aqueles que se aborrecem de si mesmos por causa dos seus pecados, mas confiam que estes lhes foram perdoados por amor de Cristo e que, também, as demais fraquezas são cobertas por seu sofrimento e sua morte; e que desejam, cada vez mais, fortalecer a fé e corrigir-se na vida. Mas os pecadores impenitentes e os hipócritas comem e bebem para sua própria condenação (1).
(1) 1Co 10:19-22; 1Co 11:28,29.
82. Podem vir a essa ceia também aqueles que, por sua confissão e vida, se mostram incrédulos e ímpios?
R. Não, porque assim é profanada a aliança de Deus e é provocada sua ira sobre toda a congregação (1). Por isso, a igreja cristã tem a obrigação, conforme o mandamento de Cristo e de seus apóstolos, de excluir tais pessoas, pelas chaves do reino dos céus, até que demonstrem arrependimento.
(1) Sl 50:16; Is 1:11-15; Is 66:3; Jr 7:21-23; 1Co 11:20,34.

DOMINGO 31


83. Que são as chaves do reino dos céus?

R. A pregação do santo Evangelho e a disciplina cristã. É por estes dois meios que o reino dos céus se abre para aqueles que crêem e se fecha para aqueles que não crêem (1).
(1) Mt 16:18,19; Mt 18:15-18.
84. Como se abre e se fecha o reino dos céus pela pregação do santo Evangelho?
R. Conforme o mandamento de Cristo, se proclama e testifica aos crentes, a todos juntos e a cada um deles, que todos os seus pecados realmente lhes são perdoados por Deus, pelo mérito de Cristo, sempre que aceitam a promessa do Evangelho com verdadeira fé. Mas a todos os incrédulos e hipócritas se proclama e testifica que a ira de Deus e a condenação permanecem sobre eles, enquanto não se converterem (1). Segundo este testemunho do Evangelho Deus julgará todos, nesta vida e na futura.
(1) Mt 16:19; Jo 20:21-23.
85. Como se fecha e se abre o reino dos céus pela disciplina cristã?
R. Conforme o mandamento de Cristo, aqueles que, com o nome de cristãos, se comportam na doutrina ou na vida como não-cristãos, são fraternalmente advertidos, repetidas vezes. Se não querem abandonar seus erros ou maldades, são denunciados à igreja e aos que, pela igreja, foram ordenados para este fim. Se não dão atenção nem a admoestação destes, não são mais admitidos aos sacramentos e, assim, excluídos da congregação de Cristo, e, pelo próprio Deus, do reino de Cristo. Eles voltam a ser recebidos como membros de Cristo e da sua igreja, quando realmente prometem e demonstram verdadeiro arrependimento (1).
(1) Mt 18:15-18; 1Co 5:3-5,11; 2Co 2:6-8; 2Ts 3:14,15; 1Tm 5:20; 2Jo :10,11.

PARTE 3: NOSSA GRATIDÃO
DOMINGO 32

86. Visto que fomos libertados de nossa miséria, por Cristo, sem mérito algum de nossa parte, somente pela graça, por que ainda devemos fazer boas obras?
R. Primeiro: porque Cristo não somente nos comprou e libertou com seu sangue, mas também nos renova, à sua imagem, por seu Espírito Santo, para que mostremos, com toda a nossa vida, que somos gratos a Deus por seus benefícios (1) , e para que Ele seja louvado por nós (2). Segundo: para que, pelos frutos da fé, tenhamos a certeza de que nossa fé é verdadeira (3) e para que ganhemos nosso próximo para Cristo, pela vida cristã que levamos (4).
(1) Rm 6:13; Rm 12:1,2; 1Co 6:20; 1Pe 2:5,9. (2) Mt 5:16; 1Pe 2:12. (3) Mt 7:17,18; Gl 5:6,22; 2Pe 1:10. (4) Mt 5:16; Rm 14:18,19; 1Pe 3:1,2.
87. Não podem ser salvos, então, aqueles que continuam vivendo sem Deus e sem gratidão e não se convertem a Ele?
R. De maneira alguma, porque a Escritura diz que nenhum impuro, idólatra, adúltero, ladrão, avarento, bêbado, maldizente, assaltante ou semelhante herdará o reino de Deus (1).
(1) 1Co 6:9,10; Ef 5:5,6; 1Jo 3:14,15.
DOMINGO 33


88. Quantas partes há na verdadeira conversão do homem?
R. Duas: a morte do velho homem e o nascimento do novo homem (1).
(1) Rm 6:4-6; 1Co 5:7; 2Co 7:10; Ef 4:22-24; Cl 3:5-10.
89. O que é a morte do velho homem?
R. É a profunda tristeza por causa dos pecados e a vontade de odiá-los e evitá-los, cada vez mais (1).
(1) Jl 2:13; Rm 8:13.
90. O que é o nascimento do novo homem?
R. É a alegria sincera em Deus, por Cristo (1) , e o forte desejo de viver conforme a vontade de Deus em todas as boas obras (2).
(1) Is 57:15; Rm 5:1,2; Rm 14:17. (2) Rm 6:10,11; Gl 2:19,20.
91. Que são boas obras?
R. São somente aquelas que são feitas com verdadeira fé (1) conforme a lei de Deus (2) e para sua glória (5) ; não são aquelas que se baseiam em nossa própria opinião ou em tradições humanas (4).
(1) Rm 14:23. (2) Lv 18:4; 1Sm 15:22; Ef 2:10. (3) 1Co 10:31. (4) Is 29:13,14; Ez 20:18,19; Mt 15:7-9.

OS DEZ MANDAMENTOS
DOMINGO 34

92. Que diz a lei do SENHOR?
R. Deus falou todas estas palavras (Êxodo 20:1-17; Deuteronômio 5:6-2 (1) :
"Eu sou o SENHOR teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. "
Primeiro mandamento: "Não terás outros deuses diante de mim. "
Segundo mandamento: "Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. "
Terceiro mandamento: "Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão, porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar seu nome em vão. "
Quarto mandamento: "Lembra-te do dia de descanso, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há, e ao sétimo dia descansou: por isso o SENHOR abençoou o dia de sábado, e o santificou. "
Quinto mandamento: "Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá. "
Sexto mandamento: "Não matarás. "
Sétimo mandamento: "Não adulterarás. "
Oitavo mandamento: "Não furtarás. "
Nono mandamento: "Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. "
Décimo mandamento: "Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo".
93. Como se dividem estes Dez Mandamentos?
R. Em duas partes (1). A primeira nos ensina, em quatro mandamentos, como devemos viver diante de Deus; a segunda nos ensina, em seis mandamentos, as nossas obrigações para com nosso próximo (2).
(1) Êx 31:18; Dt 4:13; Dt 10:3,4. (2) Mt 22:37-40.
94. O que Deus ordena no primeiro mandamento?
R. Primeiro: para não perder minha salvação, devo evitar e fugir de toda idolatria (1) , feitiçaria, adivinhação e superstição (2). Também não posso invocar os santos ou outras criaturas (3). Segundo: devo reconhecer devidamente o único e verdadeiro Deus (4) , confiar somente nEle (5) , me submeter somente a Ele (6) com toda humildade (7) e paciência. Devo amar (8) , temer (9) e honrar (10) a Deus de todo o coração, e esperar todo o bem somente dEle (11). Em resumo, devo renunciar a todas as criaturas e não fazer a menor coisa contra a vontade de Deus (12).
(1) 1Co 6:10; 1Co 10:7,14; 1Jo 5:21. (2) Lv 19:31; Dt 18:9-12. (3) Mt 4:10; Ap 19:10; Ap 22:8,9. (4) Jo 17:3. (5) Jr 17:5,7. (6) Rm 5:3-5; 1Co 10:10; Fp 2:14; Cl 1:11; Hb 10:36. (7) 1Pe 5:5. (8) Dt 6:5; Mt 22:37,38. (9) Dt 6:2; Sl 111:10; Pv 1:7; Pv 9:10; Mt 10:28. (10) Dt 10:20; Mt 4:10. (11) Sl 104:27-30; Is 45:7; Tg 1:17. (12) Mt 5:29,30; Mt 10:37-39; At 5:29.
95. Que é idolatria?
R. Idolatria é inventar ou ter alguma coisa em que se deposite confiança, em lugar ou ao lado do único e verdadeiro Deus, que se revelou em sua Palavra (1).
(1) 1Cr 16:26; Is 44:16,17; Jo 5:23; Gl 4:8; Ef 2:12; Ef 5:5; Fp 3:19; 1Jo 2:23; 2Jo :9.

DOMINGO 35


96. O que Deus exige no segundo mandamento?
R. Não podemos, de maneira alguma, representar Deus por imagem ou figura (1). Devemos adorá-Lo somente da maneira que Ele ordenou em sua palavra (2).
(1) Dt 4:15,16; Is 40:18,19,25; At 17:29; Rm 1:23-25. (2) Dt 12:30-32; lSm 15:23; Mt 15:9.
97. Não se pode fazer imagem alguma?
R. Não se pode nem deve fazer nenhuma imagem de Deus. As criaturas podem ser representadas, mas Deus nos proíbe fazer ou ter imagens delas para adorá-las ou para servir a Deus por meio delas (1).
(1) Êx 34:13,14,17; Dt 12:3,4; Dt 16:22; 2Rs 18:4 Is 40:25.
98. Mas não podem ser toleradas as imagens nas igrejas como ‘livros para ignorantes’?
R. Não, porque não devemos ser mais sábios do que Deus. Ele não quer ensinar a seu povo por meio de ídolos mudos (1) , mas pela pregação viva de sua Palavra (2).

(1) Jr 10:5,8; Hc 2:18,19. (2) Rm 10:14-17; 2Tm 3:16,17; 2Pe 1:19.

DOMINGO 36

99. O que Deus exige no terceiro mandamento?

R. Não devemos blasfemar ou profanar o santo nome de Deus por maldições (1) ou juramentos falsos (2) nem por juramentos desnecessários (3). Também não devemos tomar parte em pecados tão horríveis, ficando calados quando os ouvimos (4). Em resumo, devemos usar o santo nome de Deus somente com temor e reverencia (5) a fim de que Ele, por nós, seja devidamente confessado (6) , invocado (7) e glorificado por todas as nossas palavras e obras (8).
(1) Lv 24:15,16. (2) Lv 19:12. (3) Mt 5:37; Tg 5:12. (4) Lv 5:1; Pv 29:24. (5) Is 45:23; Jr 4:2. (6) Mt 10:32; Rm 10:9,10. (7) Sl 50:15; 1Tm 2:8. (8) Rm 2:24; Cl 3:17; lTm 6:1.
100. Será que blasfemar o nome de Deus por juramentos e maldições é um pecado tão grande, que Deus se ira também contra aqueles que não se esforçam para impedir e proibir tal coisa?
R. Claro que sim, pois não há pecado maior ou que mais provoque a ira de Deus do que blasfemar seu nome. Por isso, Ele mandava castigar este pecado com a pena da morte (1).
(1) Lv 24:16; Ef 5:11.
DOMINGO 37


101. Mas não podemos nós, de modo piedoso, fazer juramento em nome de Deus?
R. Podemos sim, quando as autoridades o exigirem ou quando for preciso, para manter e promover a fidelidade e a verdade, para a glória de Deus e o bem-estar do próximo. Por tal juramento está baseado na Palavra de Deus (1) e era praticado, com razão, pelos santos do Antigo e Novo Testamento (2).
(1) Dt 6:13; Dt 10:20; Hb 6:16. (2) Gn 21:24; Gn 31:53; 1Sm 24:22,23; 2Sm 3:35; 1Rs 1:29,30; Rm 1:9; Rm 9:1; 2Co 1:23.
102. Podemos jurar também pelos santos ou por outras criaturas?R. Não, porque o juramento legítimo é uma invocação a Deus, para que Ele, o único que conhece os corações, testemunhe a verdade e nos castigue, se jurarmos falsamente. (1) Tal honra não pertence a criatura alguma (2).
(1) Rm 9:1; 2Co 1:23. (2) Mt 5:34-36; Tg 5:12.

DOMINGO 38


103. O que Deus ordena no quarto mandamento?
R. Primeiro: o ministério do Evangelho e as escolas cristãs devem ser mantidos (1) , e eu devo reunir-me fielmente com o povo de Deus, especialmente no dia de descanso (2) , para conhecer a palavra de Deus (3) , para participar dos sacramentos (4) , para invocar publicamente ao Senhor Deus (5) e para praticar a caridade cristã para com os necessitados (6). Segundo: eu devo, todos os dias da minha vida, desistir das más obras, deixando o Senhor operar em mim, por seu Espírito. Assim começo nesta vida o descanso eterno (7).
(1) 1Co 9:13,14; 1Tm 3:15; 2Tm 2:2; 2Tm 3:14,15; Tt 1:5. (2) Lv 23:3; Sl 40:9,10; Sl 122:1; At 2:42,46. (3) 1Co 14:1,3; lTm 4:13; Ap 1:3. (4) At 20:7; 1Co 11:33. (5) 1Co 14:16; 1Tm 2:1-4. (6) Dt 15:11; 1Co 16:1,2; 1Tm 5:16. (7) Hb 4:9,10.

DOMINGO 39


104. O que Deus exige no quinto mandamento?

R. Devo prestar toda honra, amor e fidelidade a meu pai e a minha mãe e a todos os meus superiores; devo submeter-me à sua boa instrução e disciplina com a devida obediência (1) , e também ter paciência com seus defeitos (2) ; porque Deus nos quer governar pelas mãos deles (3).
(1) Êx 21:17; Pv 1:8; Pv 4:1; Pv 15:20; Pv 20:20; Rm 13:1; Ef 5:22; Ef 6:1,2,5; Cl 3:18,20,22. (2) Pv 23:22; 1Pe 2:18. (3) Mt 22:21; Rm 13:2,4; Ef 6:4; Cl 3:20.

DOMINGO 40
105. O que Deus exige no sexto mandamento?
R. Eu não devo desonrar, odiar, ofender ou matar meu próximo (1) , por mim mesmo ou através de outros. Isto não posso fazer, nem por pensamentos, palavras, ou gestos e muito menos por atos. Mas devo abandonar todo desejo de vingança (2) , não fazer mal a mim mesmo ou, de propósito, colocar-me em perigo (3).

Por isso as autoridades dispõem das armas para impedir homicídios (4).
(1) Gn 9:6; Mt 5:21,22; Mt 26:52. (2) Mt 5:25; Mt 18:35; Rm 12:19; Ef 4:26. (3) Mt 4:7; Cl 2:23. (4) Gn 9:6; Êx 21:14; Rm 13:4.
106. Este mandamento trata somente de matar?
R. Não, proibindo o homicídio, Deus nos ensina que Ele detesta a raiz do homicídio, a saber: a inveja (1) , o ódio (2) , a ira (3) e o desejo de vingança. Ele considera tudo isto homicídio (4).
(1) Sl 37:8; Pv 14:30; Rm 1:29. (2) 1Jo 2:9-11. (3) Tg 1:20; Gl 5:19-21. (4) 1Jo 3:15.
107. Mas é suficiente não matar nosso próximo?
R. Não, porque Deus, condenando a inveja, o ódio e a ira, manda que amemos nosso próximo como a nós mesmos (1) e mostremos paciência, paz, mansidão, misericórdia e gentileza para com ele (2). Devemos evitar seu prejuízo, tanto quanto possível (3) , e fazer bem até aos nossos inimigos (4).
(1) Mt 7:12; Mt 22:39; Rm 12:10. (2) Mt 5:5,7; Lc 6:36; Rm 12:18; Gl 6;1,2; Ef 4:1-3; Cl 3:12; 1Pe 3:8. (3) Êx 23:5. (4) Mt 5:44,45; Rm 12:20,21.

DOMINGO 41

108. O que o sétimo mandamento nos ensina?

R. Toda impureza sexual é amaldiçoada por Deus (1). Por isso, devemos detestá-la profundamente e viver de maneira pura e disciplinada (2) , sejamos casados ou solteiros (3).
(1) Lv 18:27-29. (2) 1Ts 4:3-5. (3) Ml 2:16; Mt 19:9; 1Co 7:10,11; Hb 13:4.
109. Mas Deus, neste mandamento, proíbe somente adultério e outros pecados vergonhosos?
R. Não, pois como nosso corpo e nossa alma são o templo do Espírito Santo, Deus quer que os conservemos puros e santos (1). Por isso, Ele proíbe todos os atos, gestos, palavras (2) , pensamentos e desejos (3) impuros e tudo o que possa atrair o homem para tais pecados (4).
(1) 1Co 6:18-20. (2) Dt 22:20-29; Ef 5:3,4. (3) Mt 5:27,28. (4) 1Co 15:33; Ef 5:18.

DOMINGO 42


110. O que Deus proíbe no oitavo mandamento?

R. Deus não somente proíbe o furto (1) e o roubo (2) que as autoridades castigam, mas também classifica como roubo todos os maus propósitos e as práticas maliciosas, através dos quais tentamos nos apropriar dos bens do próximo (3) , seja por força, seja por aparência de direito, a saber: falsificação de peso, de medida, de mercadoria e de moeda (4) , seja por juros exorbitantes ou por qualquer outro meio, proibido por Deus (5). Também proíbe toda avareza (6) bem como todo abuso e desperdício de suas dádivas (7).
(1) 1Co 6:10. (2) Lv 19:13. (3) Lc 3:14; 1Co 5:10. (4) Dt 25:13-15; Pv 11:1; Pv 16:11; Ez 45:9-12. (5) Sl 15:5; Lc 6:35. (6) 1Co 6:10. (7) Pv 21:20; Pv 23:20,21.
111. Mas o que Deus ordena neste mandamento?
R. Devo promover tanto quanto possível, o bem do meu próximo e tratá-lo como quero que outros me tratem (1). Além disto, devo fazer fielmente meu trabalho para que possa ajudar ao necessitado (2).
(1) Mt 7:12. (2) Ef 4:28.

DOMINGO 43
112. O que Deus exige no nono mandamento?
R. Jamais posso dar falso testemunho contra meu próximo (1) , nem torcer suas palavras (2) ou ser mexeriqueiro ou caluniador (3). Também não posso ajudar a condenar alguém levianamente, sem o ter ouvido (4). Mas devo evitar toda mentira e engano, obras próprias do diabo (5) , para Deus não ficar aborrecido comigo (6). Em julgamentos e em qualquer outra ocasião, devo amar a verdade, falar a verdade e confessá-la francamente (7). Também devo defender e promover, tanto quanto puder, a honra e a boa reputação de meu próximo (8).
(1) Pv 19:5,9; Pv 21:28. (2) Sl 50:19,20. (3) Sl 15:3; Rm 1:30. (4) Mt 7:1,2; Lc 6:37. (5) Jo 8:44. (6) Pv 12:22. (7) 1Co 13:6; Ef 4:25. (8) 1Pe 4:8.
DOMINGO 44

113. O que Deus exige no décimo mandamento?
R. Jamais pode surgir em nosso coração o menor desejo ou pensamento contra qualquer mandamento de Deus. Pelo contrário, devemos sempre, de todo o coração odiar todos os pecados e amar toda justiça (1).
(1) Rm 7:7.
114. Mas aqueles que se converteram a Deus, podem guardar perfeitamente estes mandamentos?
R. Não, não podem, porque nesta vida até os mais santos deles apenas começam a guardar os mandamentos (1). Entretanto, começam, com sério propósito, a viver não somente conforme alguns, mas conforme todos os mandamentos de Deus (2).
(1) Ec 7:20; Rm 7:14,15; 1Co 13:9; 1Jo 1:8,10. (2) Sl 1:2; Rm 7:22; 1Jo 2:3.
115. Para que, então, manda Deus pregar os Dez Mandamentos tão rigorosamente, já que ninguém pode guardá-los nesta vida?
R. Primeiro: para que, durante toda a vida, conheçamos cada vez melhor nossa natureza pecaminosa (1) e, por isso, ainda mais desejemos buscar, em Cristo, o perdão dos pecados e a justiça (2). Segundo: para que sempre sejamos zelosos e oremos a Deus pela graça do Espírito Santo, a fim de que sejamos cada vez mais renovados segundo a imagem de Deus até que, depois desta vida, alcancemos o objetivo, a saber: a perfeição (3).
(1) Sl 32:5; Rm 3:20; 1Jo 1:9. (2) Mt 5:6; Rm 7:24,25. (3) 1Co 9:24; Fp 3:12-14.

A ORAÇÃO
DOMINGO 45

116. Por que a oração e necessária aos cristãos?
R. Porque a oração é a parte principal da gratidão, que Deus requer de nós (1). Além disto, Deus quer conceder sua graça e seu Espírito Santo somente aos que continuamente Lhe pedem e agradecem, de todo o coração (2).
(1) Sl 50:14,15. (2) Mt 7:7,8; Lc 11:9,10; 1Ts 5:17,18.
117. Como devemos orar, para que a oração seja agradável a Deus e Ele nos ouça?
R. Primeiro: devemos invocar, de todo o coração (1) , o único e verdadeiro Deus, que se revelou a nós em sua palavra (2) , e orar por tudo o que Ele nos ordenou pedir (3). Segundo: devemos muito bem conhecer nossa necessidade e miséria (4) , a fim de nos humilharmos perante sua majestade (5). Terceiro: devemos ter a plena certeza (6) de que Deus, apesar de nossa indignidade, quer atender à nossa oração (7) , por causa de Cristo, como Ele prometeu em sua Palavra (8).
(1) Sl 145:18-20; Tg 4:3,8. (2) Jo 4:22-24; Ap 19:10. (3) Rm 8:26; Tg 1:5; 1Jo 5:14. (4) 2Cr 20:12; Sl 143:2. (5) Sl 2:11; Sl 51:17; Is 66:2. (6) Rm 8:15,16; Rm 10:14; Tg 1:6-8. (7) Dn 9:17-19; Jo 14:13,14; Jo 15:16; Jo 16:23. (8) Sl 27:8; Sl 143:1; Mt 7:8.
118. O que Deus ordenou pedir a Ele?
R. Tudo o que é necessário ao nosso corpo e a nossa alma (1) , como Cristo, o Senhor, o resumiu na oração que Ele mesmo nos ensinou.
(1) Mt 6:33; Tg 1:17.
119. Que diz esta oração?
R. "Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;venha o teu reino,faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu;o pão nosso de cada dia dá-nos hoje;e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores;e não nos deixes cair em tentação, mas livra nos do mal; pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém" (Mateus 6:9-13; Lucas 11:2-4).
DOMINGO 46
120. Por que Cristo nos ordenou dizer a Deus "Pai nosso"?
R. Porque Cristo quer despertar em nós, logo no início como base da oração, respeito e confiança, como uma criança para com Deus. Pois Deus se tornou nosso Pai, por Cristo. E muito menos do que nossos pais nos recusam bens materiais, Ele nos recusará o que Lhe pedirmos com verdadeira fé (1).
(1) Mt 7:9-11; Lc 11:11-13
121. Por que se acrescenta: "que estás nos céus"?
R. Porque assim Cristo nos ensina a não ter idéia terrena da majestade celestial de Deus (1) e a esperar, da onipotência dEle, tudo o que é necessário ao nosso corpo e a nossa alma (2).
(1) Jr 23:23,24; At 17:24-27. (2) Rm 10:12.

DOMINGO 47
122. Qual e a primeira petição?
R. "Santificado seja o teu nome". Quer dizer: Faze primeiro, com que Te conheçamos em verdade (1) e Te santifiquemos, honremos e glorifiquemos em todas as tuas obras (2) , em que brilham tua onipotência, sabedoria, bondade, justiça, misericórdia e verdade. Faze, também, com que dirijamos toda a nossa vida -nossos pensamentos, palavras e obras- de tal maneira que teu nome não seja blasfemado por nossa causa, mas honrado e glorificado (3).
(1) Sl 119:105; Jr 9:24; Jr 31:33,34, Mt 16:17; Jo 17:3; Tg 1:5. (2) Êx 34:6,7; Sl 119:137,138; Sl 145:8,9; Jr 31:3; Jr 32:18,19; Mt 19:17; Lc 1:46-55; Lc 1:68,69; Rm 3:3,4; Rm 11:22,23; Rm 11:33. (3) Sl 71:8; Sl 115:1; Mt 5:16.

DOMINGO 48
123. Qual é a segunda petição?
R. "Venha o teu reino". Quer dizer: Governa-nos por tua palavra e por teu Espírito, de tal maneira que, cada vez mais, nos submetamos a Ti (1) ;conserve e aumenta tua igreja (2) ;destrói as obras do diabo, e todo poder que se levanta contra Ti, e todos os maus planos que são inventados contra tua santa Palavra (3) ;até que venha a plenitude de teu reino (4) ,em que Tu serás tudo em todos (5).
(1) Sl 119:5; Sl 143:10; Mt 6:33. (2) Sl 51:18; Sl 122:6,7. (3) Rm 16:20; 1Jo 3:8. (4) Rm 8:22,23; Ap 22:17,20. (5) 1Co 15:28.

DOMINGO 49


124. Qual é a terceira petição ?
R. "Faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu". Quer dizer: Faze com que nós e todos os homens renunciemos à nossa própria vontade (1) e obedeçamos, sem protestos, à tua vontade (2) , a única que é boa, para que cada um, assim, cumpra sua tarefa e vocação (3) , tão pronta e fielmente como os anjos no céu (4).
(1) Mt 16:24; Tt 2:11,12. (2) Lc 22:42; Rm 12:2; Ef 5:10. (3) 1Co 7:22-24. (4) Sl 103:20,21.

DOMINGO 50
125. Qual é a quarta petição?
R. "O pão nosso de cada dia dá-nos hoje". Quer dizer: Cuida de nós com tudo o que for necessário ao nosso corpo (1) , para que reconheçamos que Tu és a única fonte de todo o bem (2) e que, sem tua bênção, nem nosso cuidado e trabalho, nem teus dons nos são úteis (3). Faze também com que, por isso, não mais depositemos nossa confiança em qualquer criatura, mas somente em Ti (4).
(1) Sl 104:27,28; Sl 145:15,16; Mt 6:25,26. (2) At 14:17; At 17:27,28; Tg 1:17. (3) Dt 8:3; Sl 37:3-7,16,17; Sl 127:1,2; 1Co 15:58. (4) Sl 55:22; Sl 62:10; Sl 146:3; Jr 17:5,7.

DOMINGO 51


126. Qual é a quinta petição?

R. "E perdoa-nos as nossas dividas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores". Quer dizer: Por causa do sangue de Cristo, não cobres de nós, miseráveis pecadores que somos, nossas transgressões nem o mal que ainda há em nós (1) , assim como tua graça em nós fez com que tenhamos o firme propósito de perdoar nosso próximo, de todo o coração (2).
(1) Sl 51:1; Sl 143:2; Rm 8:1; 1Jo 2:1. (2) Mt 6:14,15.

DOMINGO 52
127. Qual é a sexta petição?
R. "E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal". Quer dizer: Somos tão fracos que, por nós mesmos, não podemos subsistir por um só momento (1) ; além disto, nossos inimigos declarados: o diabo (2) , o mundo (3) e nossa própria carne (4) nos tentam continuamente. Por isso, Te pedimos: sustenta-nos e fortalece-nos, pelo poder de teu Espírito Santo, a fim de que neste combate espiritual não sejamos derrotados (5) , mas possamos fortemente resistir, até que finalmente alcancemos a vitória total (6).
(1) Sl 103:14-16; Jo 15:5. (2) Ef 6:12; 1Pe 5:8. (3) Jo 15:19. (4) Rm 7:23; Gl 5:17. (5) Mt 26:41; Mc 13:33; 1Co 10:12,13. (6) 1Ts 3:13; 1Ts 5:23.
128. Como você termina sua oração?
R. "Pois teu é o reino, o poder e a glória, para sempre". Quer dizer: Tudo isso Te pedimos, porque Tu queres e podes dar-nos todo o bem, pois és nosso Rei e tudo está em teu poder (1). Pedimos-Te isso também, para que não o nosso, mas teu santo nome seja eternamente glorificado (2).
(1) 1Cr 29:10-12; Rm 10:11-13; 2Pe 2:9. (2) Sl 115:1; Jr 33:8,9; Jo 14:13.
129. O que significa a palavra: "amém"?
R. Amém quer dizer: é verdadeiro e certo. Pois Deus atende à minha oração com muito mais certeza do que o desejo que eu sinto, no coração, de ser ouvido por Ele (1).
(1) 2Co 1:20; 2Tm 2:13.

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